Política e Administração Pública

Proposta que obriga governo a liberar emendas de bancada entrará na pauta do Plenário

26/03/2019 - 16:56   •   Atualizado em 26/03/2019 - 21:04

Os líderes partidários decidiram que vão incluir na pauta do Plenário da Câmara a proposta que obriga a União a executar as emendas de bancada ao projeto da Lei Orçamentária Anual (LOA) até o limite de 1% da receita corrente líquida do ano anterior (PEC 2/15).

Cleia Viana/Câmara dos Deputados
Reunião de líderes para definição da pauta da semana. Presidente da Câmara dos Deputados, dep. Rodrigo Maia (DEM-RJ)
Rodrigo Maia: proposta não é retaliação ao Poder Executivo

O assunto veio à tona em uma semana em que se debate a relação entre o Executivo e o Legislativo. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e o presidente da República, Jair Bolsonaro, trocaram críticas sobre a construção de consenso sobre a reforma da Previdência (PEC 6/19) e a articulação política da nova gestão.

Nesta terça-feira (26), Maia argumentou que a PEC 2/15 reafirma as atribuições do Legislativo e negou que o texto seja uma retaliação ao Planalto. Segundo ele, não haverá impacto orçamentário com a aprovação da proposta.

“A peça orçamentária é do Legislativo, não do Executivo. E a PEC já está para ser votada há alguns anos. Os líderes pediram para votar, teve o apoio de todos os líderes, inclusive do PSL, restabelecendo as prerrogativas do Parlamento. Não se trata de retaliação contra ninguém”, declarou o presidente da Câmara.

Autonomia
A líder da Minoria, deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), também ressaltou que a PEC 2/15 reforça a autonomia do Congresso. “Isso é a afirmação da autonomia do Parlamento em relação ao Executivo, ao tornar as emendas de bancada e os orçamentos de investimento como impositivos”, comentou.

O líder do Podemos, José Nelto (GO), foi outro deputado a confirmar a inclusão do tema na agenda de votações.

As emendas de bancada são aquelas apresentadas por deputados e senadores de cada estado e têm como objeto ações específicas da respectiva unidade da Federação.

Atualmente, já é impositivo o total das emendas individuais dos parlamentares, sendo que metade do valor deve ser aplicado em saúde. O gasto está sujeito ainda ao teto dos gastos aprovado em 2016.

Reportagem – Carol Siqueira e Luiz Gustavo Xavier
Edição – Marcelo Oliveira

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