Política e Administração Pública

Rejeição da reforma trabalhista em comissão do Senado repercute no Plenário da Câmara

Durante sessão extraordinária, parlamentares da base governista e da oposição apresentaram avaliações divergentes sobre a rejeição da proposta do Executivo

20/06/2017 - 15:06   •   Atualizado em 20/06/2017 - 16:32

Antonio Augusto / Câmara dos Deputados
Sessão extraordinária para discussão e votação de diversos projetos
A reforma trabalhista foi discutida na sessão extraordinária desta terça

A rejeição da reforma trabalhista nesta terça-feira (20) pela Comissão de Assuntos Sociais, do Senado, repercutiu na Câmara. O colegiado derrotou parecer do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), por 10 a 9, e aprovou o voto em separado do senador Paulo Paim (PT-RS), que recomenda a rejeição do texto do Poder Executivo aprovado pelos deputados.

Durante sessão extraordinária no Plenário da Câmara, parlamentares da oposição e da base governista apresentaram nesta tarde avaliações divergentes sobre a votação na comissão do Senado.

Os deputados Pedro Uczai (PT-SC), Assis Mello (PCdoB-RS) e Ivan Valente (Psol-SP) comemoraram o resultado.

“É uma esperança da mobilização que deveremos fazer para pressionar o Senado e derrotar essa famigerada e criminosa reforma trabalhista, que é o desmonte da CLT [Consolidação das Leis do Trabalho], da Justiça do Trabalho e do movimento sindical”, disse Uczai.

“Foi uma grande e importante vitória que os trabalhadores tiveram no Senado. Não só derrotamos o relatório do senador Ferraço, como foi aprovado o voto em separado do senador Paim. Portanto, voltam as coisas, ou pelo menos há um sinal disso, à normalidade no País”, afirmou Mello.

“Preparem-se para a greve geral do dia 30. Se não passa a reforma trabalhista, não passa a da Previdência, que precisa de mais votos”, avaliou Valente. Como se trata de uma Proposta de Emenda à Constituição, a reforma da Previdência exige, para ser aprovada, 308 votos na Câmara e 49 no Senado. 

Aposta no Plenário
Já os deputados Mauro Pereira (PMDB-RS) e Silvio Torres (PSDB-SP) minimizaram o resultado na Comissão de Assuntos Sociais e afirmaram que a proposta do governo será aprovada no Plenário do Senado.

“O processo democrático é assim mesmo, está passando por uma comissão no Senado, depois vai para outra, depois vai para o Plenário. Temos que dar oportunidade para os patrões gerarem empregos com tranquilidade, que tenham segurança jurídica”, defendeu Pereira.

“O resultado da votação da reforma trabalhista em uma das comissões do Senado de forma nenhuma vai impedir o avanço da modernização das leis no Brasil”, disse Torres. “Confio no Senado, que será, sem dúvida, vitorioso na votação contra o atraso.”

Durante a viagem que faz à Rússia, o presidente Michel Temer seguiu na mesma linha ao comentar a derrota da reforma trabalhista. “Isso é muito natural. Passa por várias comissões, ganha numa perde na outra. O que importa é o Plenário”, disse Temer a jornalistas.

A proposta (PL 6787/16 na Câmara, PLC 38/17 no Senado) segue a tramitação normal e será apreciada agora pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania antes de ir ao Plenário do Senado. Se modificado naquela Casa, o texto retornará à Câmara.

Reportagem - Luiz Gustavo Xavier
Edição - Ralph Machado
Com informações da Agência Brasil

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