Política e Administração Pública

Candidatos defendem independência e resgate de imagem da Câmara

02/02/2017 - 18:08  

O cargo de presidente da Câmara dos Deputados foi disputado por outros cinco parlamentares, além do vitorioso Rodrigo Maia. Concorreram à vaga os deputados Jair Bolsonaro (PSC-RJ), Jovair Arantes (PTB-GO), Júlio Delgado (PSB-MG), André Figueiredo (PDT-CE) e Luiza Erundina (Psol-SP). Eles se revezaram em discursos de apresentação de propostas na sessão desta quinta-feira (2).

Jair Bolsonaro defendeu principalmente a independência da Casa em relação aos Poderes Executivo e Judiciário. “Hoje temos uma Câmara que não cria leis, não fiscaliza e não representa os anseios do povo. O Legislativo se apresenta subserviente ao Executivo e submisso ao Judiciário”, criticou. Ele defendeu ainda a votação do projeto que trata do desarmamento (PL 3722/12) e propostas de interesse da bancada ruralista.

André Figueiredo também defendeu a independência da Câmara em relação ao Poder Executivo e ainda a abertura da Casa às demandas da sociedade. “Queremos resgatar o que a Casa já foi. O presidente da Câmara não pode ser instrumento de chantagem do Poder Executivo, como foi há pouco tempo, ou mero carimbador da vontade do Executivo, como está sendo agora”, disse.

Já Jovair Arantes destacou que queria ser presidente para recuperar o prestígio da Câmara diante da sociedade brasileira. Segundo ele, os institutos de pesquisa apontam que este é o pior momento de imagem da Casa perante a sociedade brasileira desde a redemocratização. “Quem atacar um deputado no livre exercício de seu mandato estará atacando a instituição, e o presidente não vai permitir”, afirmou.

Em sua fala, Júlio Delgado criticou a candidatura à reeleição do deputado Rodrigo Maia. Na avaliação de Delgado, o candidato fluminense faltou com a palavra de cumprir um “mandato tampão”, em lugar do ex-deputado Eduardo Cunha. O candidato mineiro optou por não apresentar propostas em seu discurso. As propostas dos candidatos, disse, são sempre as mesmas e conhecidas por todos.

Luiza Erundina, por fim, defendeu o respeito aos manifestantes que comparecem à Casa e querem ser ouvidos pelos deputados; o cumprimento do Regimento Interno, com respeito pela posição da Maioria e também pela opinião da Minoria; a defesa de uma reforma política capaz de coibir a "colonização econômica" de partidos; a garantia da transparência; e o aprofundamento do diálogo com a sociedade, entre outros pontos.

Reportagem – Lara Haje e Noéli Nobre
Edição – Pierre Triboli

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