Política e Administração Pública

Senadores encaminham contra e a favor do impeachment de Dilma

31/08/2016 - 13:34  

Os senadores acabaram de fazer encaminhamentos favoráveis e contrários ao impedimento da presidente afastada da República, Dilma Rousseff. A votação foi iniciada.

A senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS) encaminhou voto a favor ao impeachment de Dilma. “O Brasil saiu novo, diferente e aliviado desse processo”, disse. Para ela, o impeachment é resposta à sociedade brasileira, que quer sistema político mais transparente.

Já o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) afirmou que o processo é uma farsa e um golpe contra a democracia brasileira. “O processo é um mero pretexto, as provas são irrelevantes”, opinou. A senadora Vanessa Grazziottin defendeu que não houve crime. “Não gostam que a gente fala de golpe, mas a gente fala, porque quando tem o rito legal sem o crime é golpe”, apontou.

O senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) acusou Dilma de populismo “bolivariano” e de demagogia, que teriam levado à ilusão dos eleitores, ao desemprego de milhões de brasileiros e à inflação. O parlamentar chamou de “canalhas” aqueles que “assaltaram a Petrobras, enriqueceram com dinheiro público e deixaram 12 milhões de brasileiros desempregados”. Ele considera que está sendo feita “assepsia” na política nacional.

O senador Humberto Costa (PT-PE) disse que o Senado poderá cometer hoje um erro para a democracia. “O processo não cumpriu os pressupostos básicos definidos pela Constituição – a constatação de que houve crime de responsabilidade”, acusou. Para ele, o processo está sendo político, capitaneado por forças derrotadas pelo povo brasileiro nas ruas. Ele acrescentou ainda que o processo está sendo condenado em todo o mundo.

Condução do processo
Em discurso lido aos senadores, o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou que o processo foi conduzido com legitimidade e seguindo a Constituição. Ele pediu desculpas ao País por qualquer atitude mais emocional. Além disso, elogiou a sobriedade do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, na condução da sessão.

Renan também destacou a necessidade de atualizar a Lei do Impeachment, que é de 1950. "Ela é desestabilizadora", destacou. Ele acrescentou ainda que, após a decisão sobre o processo de impeachment, será hora da pacificação e da concórdia no País.

Veja roteiro completo da sessão final do processo de impeachment

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Reportagem - Lara Haje
Edição - Marcia Becker

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