Ex-diretor da Petrobras é o quarto a permanecer calado em CPI
31/08/2015 - 11:37
O ex-diretor da área internacional da Petrobras Jorge Zelada é o quarto depoente a optar pelo direito de permanecer calado na reunião da CPI da Petrobras que ocorre em Curitiba (PR).
Antes dele, fizeram o mesmo o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, e os empresários Otávio Marques de Azevedo (presidente da Andrade Gutierrez) e João Antonio Bernardi Filho (representante no Brasil da empresa Saipem).
“Por orientação da minha defesa, vou permanecer em silêncio”, respondeu Zelada ao relator da CPI, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ).
Jorge Zelada foi o sucessor de Nestor Cerveró, também preso pela Operação Lava Jato, na diretoria da área Internacional da Petrobras. Ele comandou o setor entre 2008 e 2012.
Ele foi acusado de participar do esquema de propina, em depoimentos do ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa e do ex-gerente da área de Serviços Pedro Barusco. Segundo Barusco, Zelada foi beneficiado na época em que era gerente geral de obras da Diretoria de Engenharia e Serviços. Mas Barusco não soube informar se Zelada continuou a receber vantagens indevidas no cargo de diretor da área Internacional.
Zelada foi denunciado por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Segundo a denúncia, os lobistas Hsin Chi Su, também chamado de Nobu Su, e Hamylton Padilha repassaram US$ 31 milhões em propina para Zelada, para o ex-gerente da Petrobras Eduardo Musa e para o PMDB. Conforme a denúncia, o partido era o responsável pela indicação de Zelada para o cargo e beneficiário do dinheiro ilegal do esquema.
“A CPI tem que se concentrar nas operações internacionais da Petrobras, já que ela adquire ativos no exterior sem licitação”, disse o deputado Altineu Cortes (PR-RJ).
O último depoente da reunião de hoje é o empresário Elton Negrão de Azevedo, executivo da empreiteira Andrade Gutierrez.
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Reportagem – Antonio Vital
Edição – Daniella Cronemberger