Política e Administração Pública

Funcionário da Câmara acusado de soltar roedores na CPI já foi exonerado

09/04/2015 - 13:53   •   Atualizado em 09/04/2014 - 16:29

O homem que foi acusado de soltar roedores na CPI da Petrobras no momento em que o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, entrava para depor era funcionário da Câmara e foi exonerado. A informação é da segunda vice-presidência da Câmara, onde ele estava lotado.

O funcionário foi detido pela Polícia Legislativa logo após os animais terem sido soltos. Ele foi identificado como Márcio Martins Oliveira e ocupava um “cargo de natureza especial” (de livre nomeação) na segunda vice-presidência.

Em depoimento ao Departamento de Polícia Legislativa Federal (Depol), Márcio negou as acusações e afirmou estar sendo vítima de um equívoco. O Depol solicitará imagens do circuito interno de TV da Câmara para verificar o que ocorreu durante a audiência.

Ele foi liberado após assinar um termo de compromisso assegurando que se apresentará à Justiça quando for convocado. Márcio poderá responder legalmente por tumulto em ato público – uma contravenção penal, ato considerado de menor poder ofensivo.

Repúdio
O segundo vice-presidente da Câmara, deputado Giacobo (PR-PR), disse que repudia esse tipo de ação. “Fui pego de surpresa”, disse. Segundo o deputado, o funcionário, que antes trabalhou no gabinete do deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), chegou a seu gabinete por análise de currículo, tinha boas referências, e seu trabalho era acompanhar a votação em comissões.

A deputada Professora Marcivania (PT-AP) esteve no Depol e disse que Marcio se mostrava confuso, afirmando inclusive que não sabia como havia chegado à Câmara. Ele foi liberado e foi embora sem dar entrevista.

Também esteve no local o assessor jurídico do PT Adilson José Carlos Barbosa. Ele disse que o partido vai registrar ocorrência no Depol por "constrangimento".

Apuração
Os deputados Paulão (PT-AL) e Adelmo Leão (PT-MG) afirmaram que a intenção do funcionário, ao soltar os roedores, era desmoralizar a Câmara. Os deputados afirmaram ainda que querem apurar se ele agiu a mando de alguém e reclamaram que o advogado do PT foi impedido de acompanhar o depoimento.

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, disse que haverá consequências tanto administrativas quando policiais, além da exoneração, e considerou absurdo o comportamento do funcionário. Ele ressaltou que o Poder Legislativo é o mais transparente de todos. “A despeito do que muitos falam, o acesso é livre, e as pessoas fazem suas manifestações. Respeitando a ordem, nós respeitamos. O que aconteceu foi que alguém resolveu fazer uma brincadeira de mau gosto, teve a oportunidade de fazer e vai responder seu ato”, disse.

Da Redação - PR

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