Política e Administração Pública

Vaccari diz que dinheiro recebido de empresário investigado era empréstimo

09/04/2015 - 11:55  

Assista ao vivo

O tesoureiro do PT, João Vaccari, admitiu ter recebido dinheiro do empresário Cláudio Mente, um dos investigados na Operação Lava Jato, mas disse que se tratou de um “empréstimo” feito para pagar um imóvel.

Segundo depoimento de delação premiada feita pelo doleiro Alberto Youissef, Vaccari recebu R$ 400 mil em 2008, dinheiro depositado na conta da mulher dele, Giselda Rousie de Lima. Segundo Youssef, Cláudio Mente operava o pagamento de subornos na Petrobras. Vaccari afirma que as transações resultaram de um empréstimo concedido a ele por Mente, seu amigo, para a aquisição de uma casa.

Vaccari explicou à CPI que comprou uma casa em 2008, mas que precisava vender outro imóvel para quitá-la, o que não conseguiu a tempo. “Não conseguiu vender outro imóvel a tempo e por isso pedi empréstimo a Cláudio. O empréstimo foi liquidado em 2009”, disse Vaccari. Ele havia explicado a mesma operação à Polícia Federal.

Vaccari admitiu conhecer e ter mantido contatos com vários acusados de envolvimento na Operação Lava Jato. Ele disse que procurou vários empresários que mantinham contato com a Petrobras em “campanhas institucionais” do PT, mas negou recebimento de propina mencionada nos depoimentos de Pedro Barusco e do doleiro Alberto Youssef.

Ele disse que conhece o empresário Júlio Camargo, da empresa Toyo Setal, que o teria procurado para fazer uma contribuição para o PT. Afirmou ainda que conheceu outros empresários, sempre “em busca de captação de recursos”, como Eduardo Leite, Leo Pinheiro, João Carlos Medeiros Ferraz, Gelson Almada e Agenor Medeiros, todos investigados pela Operação Lava Jato.

Vaccari também admitiu ter conhecido o empresário Fernando Soares, apontado como operador do PMDB, mas que nunca tratou de dinheiro com ele. “O conheci uma vez no aeroporto e nunca mais o vi”, disse.

Reportagem - Antonio Vital
Edição - Natalia Doederlein

A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura 'Agência Câmara Notícias'.