Política e Administração Pública

Afirmação de Gabrielli de que compra de Pasadena foi bom negócio provoca risadas

Tribunal de Contas da União decidiu que houve prejuízo de 792 milhões de dólares com compra de refinaria nos Estados Unidos. Gabrielli e demais diretores da estatal foram condenados a devolver o valor do prejuízo.

12/03/2015 - 20:48  

Laycer Tomaz - Câmara dos Deputados
Ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli depõe na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga denúncias de irregularidades na estatal
A CPI da Petrobras ouviu nesta quinta-feira o ex-presidente da estatal José Sérgio Gabrielli.

Provocou risadas em deputados da oposição a afirmação do ex-presidente da Petrobras Sérgio Gabrielli de que a aquisição da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, foi um bom negócio. “Com certeza absoluta, não tenho dúvida em relação a isso”, afirmou Gabrielli à Comissão Parlamentar de Inquérito da Petrobras nesta quinta-feira (12).

Ele disse que a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, foi “barata” ao ser considerada a capacidade de refino de 100 mil barris ao dia. Segundo o ex-dirigente, o preço ficou em 5.540 dólares por barril refinado ao dia, pouco mais da metade do custo médio de refinarias norte-americanas.

O Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu, em julho do ano passado, que houve um prejuízo de 792 milhões de dólares na compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. Ele condenou Gabrielli e os demais diretores da estatal à época, a devolver o valor do prejuízo.

Em artigo no fim de janeiro, Gabrielli afirmou que o voto do ex-ministro José Jorge, do TCU, foi "político" com "leitura enviesada" dos dados sobre a aquisição e "malabarismos" para justificar as perdas apontadas no relatório.

Prejuízo
O relatório final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras, encerrada em dezembro de 2014, também afirmou que houve prejuízo potencial na compra de Pasadena. O valor apontado pela comissão, porém, foi menor (US$ 561,5 milhões), baseado em relatório de auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU).

Em 2006, a Petrobras teria desembolsado 360 milhões de dólares por 50% da refinaria. Em 2004, a empresa belga Astra Oil, parceira da Petrobras na refinaria a partir de 2006, teria pago 42,5 milhões de dólares pela refinaria.

Depois de uma disputa judicial, a estatal brasileira comprou a outra metade da refinaria, pagando um total de 1,2 bilhão de dólares, incluindo gastos extras com juros e custas judiciais.

Reportagem - Tiago Miranda e José Carlos Oliveira
Edição - Newton Araújo

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