Política e Administração Pública

Reequilíbrio da economia é a prioridade do ano, diz novo líder do PT

05/02/2015 - 19:12  

O novo líder do PT na Câmara, deputado Sibá Machado (AC), disse que 2015 não será um ano simples, por causa dos diferentes ajustes feitos pela equipe econômica. Ele garantiu, porém, que “o trabalhador brasileiro será plenamente preservado” dos cortes feitos pelo governo. O reequilíbrio da economia, na opinião do parlamentar, é a prioridade deste ano.

Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
Discussão do PL 7735/14, do Executivo, que simplifica as regras para pesquisa e exploração do patrimônio genético de plantas e animais nativos e para o uso dos conhecimentos indígenas ou tradicionais sobre eles. Dep. Sibá Machado (PT-BA)
Sibá Machado: trabalhador brasileiro será preservado dos cortes feitos pelo governo.

Sibá Machado ressaltou que, mesmo sendo parte da bancada do governo, a bancada do PT deve olhar também para a militância e para as bandeiras e causas pelas quais os deputados petistas foram eleitos.

Geógrafo e ex-senador, Sibá Machado está em seu segundo mandato de deputado federal.

Leia abaixo a entrevista concedida pelo novo líder à TV Câmara.

Deputado, quais as perspectivas para 2015?
Bom, já sabemos que é um ano de aperto. Não é um ano simples. Precisamos fazer ajuste.

No ano passado, a presidenta Dilma garantiu desoneração tributária para a manutenção da velocidade da capacidade da indústria brasileira, especialmente a chamada linha branca, que atende a população mais carente. Garantiu emprego com carteira assinada, garantiu o mínimo de condições para que todos os programas sociais fossem mantidos. Mas, em contrapartida, nós tivemos que fazer uma redução do superavit primário. E, agora, para este ano, não é diferente. Então, é preciso ter corte.

Comparando o orçamento do Brasil com o de uma família, a diferença é de tamanho, mas o princípio é o mesmo. No mês em que a família sente que vai ter dificuldades, ela certamente vai fazer alguns cortes, vai deixar de ir a um cinema ou coisa parecida. Neste caso, 2015 vai passar um pouco por isso. Mas a nossa posição e a posição da presidenta Dilma é que o trabalhador brasileiro será plenamente preservado desses cortes.

O PT concorda com os cortes apresentados pelo governo?
Há algumas coisas que nós vamos debater. Claro que foram apresentadas duas medidas provisórias que mudam um pouco o abono salarial e alguns pontos da previdência, como o seguro-defeso dos trabalhadores da pesca artesanal. Em relação a isso, a bancada quer discutir melhor alguns pontos. Mas, no geral, a Presidência tem razão, precisa desse ajuste e precisa equilibrar bem a economia do Brasil para evitar percalços com desemprego.

Como ficará a relação do partido com o governo?
O governo tem sua personalidade, é muito maior que um partido político. A presidenta Dilma é do PT, mas o PT não está sozinho no governo, tem vários partidos na coalizão. Então, ela tem de olhar para isso e olhar para o País inteiro, independente de coloração partidária.

Quanto à bancada do PT, nós temos que olhar também para o nosso partido, para a nossa militância e para as bandeiras e as causas para as quais fomos colocados nesta Casa. Com a responsabilidade de saber que somos uma bancada de governo. Então, nós vamos absorver sim a questão do governo, mas também observando aquilo que chega como demanda da sociedade.

Quais são as prioridades para 2015?
Em primeiro lugar, nós temos que pensar no reequilíbrio da economia, isto é muito forte. Temos muitos pedidos de instalação de CPIs para este ano, e a nossa bancada está atenta a isso. Com certeza, escalar seus parlamentares que estão adequados a essas demandas e dar conta de nossas responsabilidades.

E também precisamos buscar apoiar nossa presidenta Dilma na sua política externa. O mundo está em grandes mudanças. O presidente Obama [dos Estados Unidos] chegou a dizer que as 80 pessoas mais ricas do mundo têm mais dinheiro que 2,5 bilhões de outras pessoas. Isso é um fosso brutal na diferença de renda no mundo.

E novos mercados estão surgindo: o Brics [grupo formado por cinco grandes economias: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul], o porto de Mariel [em Cuba]. Então, o Brasil tem de protagonizar e tomar parte neste novo momento da economia mundial.

Reportagem – Tiago Miranda
Edição – Pierre Triboli

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