Política e Administração Pública

Financiamento público de campanha não tem apoio da maioria, diz Vaccarezza

03/09/2013 - 13:37  

Alguns internautas que participaram nesta terça-feira do videochat sobre a reforma política perguntaram ao coordenador do grupo de trabalho que analisa o tema, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), qual modelo de financiamento de campanhas deverá ser adotado. Em resposta à participante Francine, Vaccarezza disse ser favorável ao financiamento público de campanhas, mas disse que representa uma minoria no grupo de trabalho. “Essa não é a tendência. O voto em lista fechada e o financiamento público são apoiados por uma minoria”, informou. Na lista fechada, o único voto possível é no partido. É a legenda que escolhe quem ocupará as vagas conquistadas.

“Se o financiamento é privado, a doação de pessoa física leva ao Caixa 2. Alguém pode distribuir R$ 100 mil entre pessoas físicas para que façam suas doações, e isso passará despercebido”, ponderou, ao explicar sua posição. Ele também defendeu que, no caso de financiamento privado, todas as doações de campanha sejam feitas por intermédio de bancos, com a identificação do doador e comprovada por extratos bancários, como já está previsto na proposta de minirreforma eleitoral (PL 5735/13), relatada pelo próprio deputado.

Apesar de apoiar o financiamento público, Vaccarezza discorda da tese de que o financiamento privado leva naturalmente à corrupção. “A corrupção não começa no sistema eleitoral, e sim na ordenação de despesa. A reforma política não vai acabar com a corrupção. Os próprios cidadãos acham normal levar vantagem em tudo. Andar pelo acostamento para evitar fila de carro, pagar propina para não receber multa. É essa cultura que leva à corrupção”, disse.

Reportagem - Patricia Roedel
Edição - Natalia Doederlein

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