Política e Administração Pública

“Nunca fiz nada de ilícito, nunca desviei um centavo da Assembleia”, diz Donadon

Deputado foi condenado pelo STF por desviar recursos por meio de contratos de publicidade fraudados, cujos serviços não foram prestados.

28/08/2013 - 20:25  

Zeca Ribeiro/Câmara
Sessão Extraordinaria - Dep. Natan Donadon faz sua defesa em plenário
Natan Donadon: "Se voltasse para Rondônia, seria solto”.

O deputado Natan Donadon (PMDB-RO) disse há pouco, em Plenário, que todos os pagamentos feitos por ele na diretoria financeira da Assembleia Legislativa de Rondônia foram atestados pelo controle interno da instituição e feitos de acordo com os parâmetros legais. Donadon afirmou ainda que assumiu a diretoria financeira com contratos já feitos.

“Eu fui convidado a assumir o departamento financeiro com procedimentos feitos e empresas contratadas, as licitações já haviam sido feitas, já havia pagamentos feitos a essa empresa de publicidade e eu dei sequência aos pagamentos não só dessa empresa e de outras”, disse. “Nunca fiz nada de ilícito, nunca desviei um centavo da Assembleia”, emendou.

Donadon está preso há dois meses e foi condenado em última instância por peculato e formação de quadrilha e enfrenta um processo de cassação do mandato. Ele teria desviado recursos por meio de contratos de publicidade fraudados, cujos serviços não foram prestados.

O deputado disse que o Ministério Público de Rondônia teria invadido a Assembleia Legislativa e tomado posse de toda a documentação que poderia absolvê-lo. “Eu não desviei nenhum centavo, o Ministério Público não mandou as provas que me absolviam. Eles sabem que o serviço foi executado”, disse.

O deputado afirmou ainda que tem um patrimônio pequeno, de apenas uma casa, o que comprova que ele não desviou recursos e que continua com popularidade alta na sua região. “Pesquisa mostrou 82% de aprovação do mandato na minha cidade de mais de 100 mil habitantes. A população sabe a minha conduta”, disse.

Renúncia
Donadon disse que foi condenado em 2010, quando era um cidadão comum. Ele reconheceu que, naquele momento, renunciou ao mandato de deputado com a intenção de levar o processo criminal para a Justiça de Rondônia. Ele disse que estava confiante no precedente judicial de que os processos de ex-parlamentares voltam para a justiça estadual. “Confiei no Supremo, achei que fossem me tratar com igualdade, mas não o fizeram. Se voltasse para Rondônia, seria solto”, declarou.

Ele afirmou ainda que a sua pena foi desproporcional aos demais réus no processo. “Eles pegaram seis anos e eu, como cooptado, como pego 13 anos?”, questionou.

O Plenário realiza neste momento sessão para votar o pedido de cassação do deputado.

Continue acompanhando a cobertura desta sessão.

Assista ao vivo

Reportagem - Carol Siqueira
Edição - Pierre Triboli

A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura 'Agência Câmara Notícias'.