Política e Administração Pública

Vetos ao projeto do ato médico causam polêmica entre deputados

Votação dos vetos ocorre neste momento, em sessão do Congresso Nacional.

20/08/2013 - 21:27  

Gustavo Lima / Câmara dos Deputados
Dep. Ronaldo Caiado (DEM-GO) fala sobre a PEC 300
Caiado: cabe apenas ao médico a prerrogativa do diagnóstico e da prescrição de terapias.

Os vetos ao projeto do ato médico são os que causam maior polêmica entre os parlamentares. A presidente Dilma Rousseff vetou dez dispositivos do projeto, entre eles o que torna os médicos responsáveis únicos pelo diagnóstico e prescrição terapêutica, por procedimentos como injeções subcutâneas, punções, pela prescrição de óculos e lentes de contato, entre outros pontos.

O líder do DEM, deputado Ronaldo Caiado (GO), defendeu a derrubada dos vetos. Ele é médico. Caiado diz que, em todo o mundo, cabe apenas ao médico a prerrogativa do diagnóstico e da prescrição de terapias. “Não podemos admitir que pessoas tentem passar amanhã, para pessoas que não tiveram a formação médica, o direito de dar diagnóstico e propor tratamento”, criticou.

Já o líder do Psol, deputado Ivan Valente (SP), defendeu a manutenção dos vetos. Ele disse que, se derrubados, os vetos vão inviabilizar a profissão dos acupunturistas, que não poderão aplicar agulhas a não ser que sejam médicos. “Não podemos retroceder dentro de uma visão integrada de saúde, defendo a multidisciplinaridade, a transversalidade e não a hegemonia no tratamento da saúde”, criticou.

Arquivo/ Beto Oliveira
Ivan Valente
Ivan Valente: se derrubados, os vetos vão inviabilizar a profissão dos acupunturistas.

Durante todo o dia, médicos e demais profissionais de saúde tomaram o Salão Verde da Câmara para defender a sua opinião. Eles também lotaram as galerias durante a votação dos vetos na sessão do Congresso Nacional.

Projeto do governo
O líder do PT, deputado José Guimarães (CE), disse que o envio de um novo projeto pelo governo vai garantir a manutenção dos vetos feitos ao ato médico. A proposta do Executivo mantém as prerrogativas dos médicos, mas estabelece exceções de acordo com protocolos do Sistema Único de Saúde (SUS), que garantem a tarefa a outros profissionais em determinadas situações.

Já os líderes do PDT, deputado André Figueiredo (CE), e da minoria, deputado Nilson Leitão (PSDB-MT), disseram que as bancadas estão rachadas sobre a questão e que a tendência é que cada parlamentar vote de acordo com a sua convicção.

Continue acompanhando a cobertura desta sessão.

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Reportagem – Carol Siqueira
Edição – Pierre Triboli

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