Política e Administração Pública

Com forte esquema de segurança, manifestação em frente ao Congresso reúne 6 mil

26/06/2013 - 23:49  

Lúcio Bernardo Jr/Câmara dos Deputados
Manifestação no Gramado do Congresso Nacional

Manifestantes voltaram a se reunir em frente ao Congresso Nacional no início da noite desta quarta-feira. A Polícia Militar estima que cerca de 6 mil pessoas compareceram ao protesto, número bastante inferior às manifestações da semana passada.

O policiamento foi reforçado, porque as redes sociais noticiavam que 40 mil poderiam vir à Esplanada dos Ministérios, que permaneceu fechada ao trânsito de carros.

Cerca de 3.100 policiais fizeram a segurança. Foi montado um grande cordão de isolamento ao redor do Congresso para impedir que as pessoas chegassem à Praça dos Três Poderes, onde estão o Palácio do Planalto e a sede do Supremo Tribunal Federal (STF).

Diferentes manifestações foram convocadas a partir do meio-dia, mas, durante toda a tarde, havia mais policiais do que manifestantes no gramado em frente ao Congresso.

Laycer Tomaz / Câmara dos Deputados
Manifestação no Gramado do Congresso
Em ato organizado pela ONG Rio da Paz, 594 bolas de futebol de plástico foram lançadas em direção ao Parlamento.

Reivindicações
As reivindicações foram diversas, com destaque para a reforma política, o voto aberto nas deliberações do Congresso e o combate à corrupção.

Em ato organizado pela ONG Rio da Paz, 594 bolas de futebol de plástico foram lançadas em direção ao Parlamento. As bolas representavam o número de deputados e senadores e simbolizavam que a responsabilidade pelas mudanças agora é dos parlamentares.

No fim da tarde, os manifestantes deixaram a esplanada e bloquearam rapidamente o Eixão no início da Asa Sul, atrapalhando o trânsito no local. Em seguida, subiram o Eixo Monumental, passando pela Torre de TV até o Estádio Nacional Mané Garrincha, onde tentaram formar um cordão humano ao redor do estádio, de costas, mas foram impedidos pela polícia.

A estudante Luciana Brito reclamou da falta de organização do movimento. "A manifestação está sem foco, não tem pautas e o pessoal está realmente querendo incitar a violência indo para cima dos policiais que, na minha opinião, estão fazendo o papel deles, que é controlar a rota, as vias, então acho que a galera tem que focar mesmo no que elas querem porque está muito bagunçado"

A maior aglomeração em frente ao Congresso Nacional só ocorreu por volta das 19 horas, quando um grupo organizado em defesa dos direitos humanos se reuniu aos manifestantes dispersos, com bandeiras do movimento LGBT e entoando gritos de "Fora Feliciano".

Juliano Carvalho, arquiteto de 32 anos, afirmou que o grupo é contra o projeto que permite que psicólogos tratem a homossexualidade como doença (PDC 234/11) e o Estatuto do Nascituro (PL 478/07). "Feliciano é uma pessoa que representa um grupo de eleitores. É importante a saída dele por uma questão simbólica, mas mais importante é derrubar os projetos de lei que esse grupo defende e fazer com que os evangélicos possam ser representados no Congresso Nacional, mas com pautas civis e não religiosas."

Médicos
As manifestações desta quarta também contaram com a presença dos médicos que protestaram contra as medidas anunciadas pela presidente Dilma Rousseff, em especial, a contratação de médicos estrangeiros pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Eles anunciaram paralisação em todo País no próximo dia 3.

A diretora do sindicato dos médicos do Distrito Federal, Lilian Lauton, explicou que a medida não é eficaz, porque não faltam médicos no País, “o que ocorre é uma má distribuição desses profissionais”. Lilian acrescentou que "não existe uma política de recursos humanos capaz de fazer com que haja a fixação do médico nos locais mais longínquos, nos locais sem a mínima infraestrutura".

Momentos tensos

Laycer Tomaz/Câmara dos Deputados
Manifestação no Gramado do Congresso Nacional
Tentativas isoladas de provocar policiais, como lançar garrafas plásticas com água, foram vaiadas pela maioria dos participantes.

A manifestação foi pacífica na maior parte do tempo, mas teve momentos tensos. Tentativas isoladas de provocar policiais, como lançamento de garrafas plásticas com água, foram vaiadas pela maioria dos participantes.

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) foi o único parlamentar a sair para falar com os manifestantes que invadiram o espelho d'água e pediram para subir a rampa do Congresso.

Houve muita correria por volta das 21h30, quando a Polícia Militar jogou bombas de efeito moral contra a multidão, uma reação a rojões que foram lançados contra os policiais militares.

Reportagem – Geórgia Moraes
Edição – Regina Céli Assumpção

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