Meio ambiente e energia

Prefeito de Mariana diz que Vale não cumpriu medidas compensatórias

13/02/2019 - 13:21  

Najara Araujo/Câmara dos Deputados
Comissão geral para discutir sobre as circunstâncias e responsabilidades do rompimento da barragem da Mina do Córrego do Feijó, em Brumadinho, MG. Prefeito da cidade de Mariana-MG, DUARTE EUSTÁQUIO GONÇALVES JÚNIOR
Duarte Eustáquio: a cidade de Mariana perdeu R$ 210 milhões em receitas, após três anos

O prefeito de Mariana, Duarte Eustáquio Junior, disse à comissão geral da Câmara dos Deputados sobre Brumadinho que as medidas compensatórias exigidas da Vale no caso do rompimento da Barragem do Fundão, que pertencia a Samarco – subsidiária da Vale – não foram integralmente cumpridas.

Segundo ele, as tragédias de Brumadinho e Mariana têm algo muito parecido, que foi a destruição em massa de vidas e também do meio ambiente. “Mariana tinha por obrigação ser referência para o Brasil, para que isso não voltasse a acontecer”, disse.

Eustáquio Junior também criticou a dificuldade do município de Mariana de receber indenizações e os próprios royalties pela atividade mineradora, como a Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (Cfem). “É importante que se entenda que os atingidos não são somente as pessoas que perderam as suas vidas e os seus familiares, é toda a cidade. A cidade de Brumadinho está totalmente atingida”, disse Eustáquio Júnior, lembrando que Mariana perdeu, em três anos após a tragédia, R$ 210 milhões em receitas.

Procurador de Justiça do Estado de Minas Gerais, Antonio Sergio Toné destacou que o órgão procura adotar, no caso de Brumadinho, postura diferente do caso de Mariana, atuando conjuntamente com outros órgãos. Ele pontuou duas ações que pedem, cada uma, o bloqueio de R$ 5 bilhões para socorrer as vítimas e para promover a reparação de danos socioambientais. O Ministério Público do Trabalho já pediu o bloqueio de R$ 1,6 bilhão também para o socorro às vítimas.

Segundo ele, não há dúvidas quanto à responsabilidade da Vale pelo crime ambiental e pelos danos às vítimas, mas na área criminal é preciso investigar para identificar as pessoas culpadas. “ O Ministério Público está atuando em conjunto com a Polícia Federal e com a Polícia Civil. Já obtivemos diversas cautelares de busca e apreensão de documentos e algumas prisões. O trabalho continua avançando muito”, disse.

Reportagem – Murilo Souza
Edição – Wilson Silveira

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