Meio ambiente e energia

Ministro defende atuação de órgãos ambientais e compromissos com Acordo de Paris

O ministro do Meio Ambiente, Edson Duarte, participará da Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, que começou nesta semana e vai até o dia 14 de dezembro

05/12/2018 - 20:42  

Cleia Viana/Câmara dos Deputados
Reunião Ordinária. Ministro do Meio Ambiente, Edson Duarte
Edson Duarte: o mundo se redesenha em uma economia mais verde, de baixo carbono e cada vez com menor impacto ambiental

Às vésperas de viajar para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-24), o ministro do Meio Ambiente, Edson Duarte, manifestou preocupação em torno do Acordo de Paris e defendeu o fortalecimento dos órgãos ambientais do Brasil.

Edson Duarte participou nesta quarta-feira (5) de audiência pública na Comissão de Turismo da Câmara dos Deputados. Na sexta-feira (7), ele viaja para Katowice, na Polônia, onde vai chefiar as negociações finais da delegação brasileira na COP-24, que começou nesta semana e deve se estender até o dia 14.

Um dos objetivos da COP é ampliar os compromissos em torno do Acordo de Paris, firmado em 2015 para conter as emissões de gases do efeito estufa e manter o aumento da temperatura global em até 1,5°C. Porém, o ministro Edson Duarte manifestou preocupação diante da necessidade de se conciliar a ampliação dessas metas e a resistência de vários governantes.

"É uma conferência que traz mais interrogações do que certezas e, certamente, vamos sair de lá com mais preocupações do que esperanças por conta da conjuntura que estamos vivendo em todo o mundo. Sobretudo porque nós estamos lutando pelo cumprimento do Acordo de Paris, quando cientistas indicam que precisamos aumentar o desafio cinco vezes mais, diante do cenário que piorou, e piorou muito”, disse o ministro.

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“Tentar manter [a meta em] 1,5°C já está sendo considerado como missão quase impossível se todos os países, do mais rico ao mais pobre, cumprissem suas obrigações. E não estão cumprindo", ressaltou Duarte.

Na recente cúpula do G-20, em Buenos Aires (Argentina), as maiores economias do mundo concordaram em manter as ações de combate às mudanças climáticas, com exceção dos Estados Unidos, que reiteraram a intenção de sair do Acordo de Paris.

Fiscalização ambiental
Durante a audiência na Câmara, o ministro Edson Duarte também fez defesa enfática dos órgãos ambientais brasileiros, que já foram alvo de críticas do presidente eleito Jair Bolsonaro. Segundo o ministro, o País deve manter a "vocação" e o compromisso com o desenvolvimento sustentável, "já que o mundo se redesenha em uma economia mais verde, de baixo carbono e cada vez com menor impacto ambiental".

"Quando aumenta o desmatamento – como fizeram agora, de forma criminosa, contra a Amazônia, um crime contra a humanidade –, todas as atenções da mídia e de todo o mundo são para o Ministério do Meio Ambiente, que está lá, com seus fiscais do Ibama e do ICMBio colocando as suas vidas em risco, em lugares em que nem a polícia quer ir”, disse Duarte.

“E os fiscais têm que ir, porque têm compromisso com a sua missão: brigando e lutando para tentar frear o crime. Mas essa é uma luta de todas as instituições, do Estado brasileiro. Precisamos fortalecer os órgãos ambientais e, sobretudo, o conceito e a visão de desenvolvimento sustentável. Isso não é luxo nem opção: é obrigação, porque só temos esse caminho a seguir", afirmou o ministro.

A delegação brasileira na COP-24, na Polônia, é composta principalmente por representantes dos ministérios do Meio Ambiente e das Relações Exteriores. O evento conta com o chamado Espaço Brasil para divulgação e realização de encontros e seminários. Na terça-feira (3), por exemplo, foram mostradas as medidas brasileiras de combate ao desmatamento e de regularização ambiental.

Reportagem – José Carlos Oliveira
Edição – Pierre Triboli

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