Meio ambiente e energia

Brasil não tem dados ou metodologia para avaliar 28% dos indicadores da ONU

Representantes do governo dizem que atuação da sociedade e do Estado deve ser conjunta para efetivar agenda de desenvolvimento sustentável até 2030

08/06/2017 - 13:02  

O secretário nacional de Articulação Social da Secretaria de Governo da Presidência da República, Henrique Villa, afirmou que, para 28% dos objetivos de desenvolvimento sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU), “o Brasil não tem nem base de dados nem metodologia” de avaliação. Os objetivos foram instituídos em 2015 e devem ser implementados por todos os países do mundo até 2030. O assunto foi tema de seminário da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável nesta quinta-feira (18),

De acordo com Henrique Villa, será necessário não apenas construir indicadores para avaliar os objetivos da ONU como estabelecer prioridades entre as metas. Ele salientou ainda que esta agenda é de Estado, e não deste ou daquele governo. Para Joara Marchezini, representante da ONG Artigo 19, falta, de fato, base de dados para avaliar as metas.

Lúcio Bernardo Junior/Câmara dos Deputados
Seminário: Objetivos de Desenvolvimento Sustentável - Avanços e Desafios na Implementação da Agenda 2030 no Brasil. Chefe da Subsecretaria Geral de Meio Ambiente, Energia, Ciência e Tecnologia do MRE - Ministério das Relações Exteriores, EMBAIXADOR JOSÉ ANTÔNIO MARCONDES DE CARVALHO
Carvalho: prazo curto e metas desafiadoras exigirão políticas públicas "robustas"e participação do Parlamento para serem atingidas

Já o embaixador José Antônio Marcondes de Carvalho, chefe da Subsecretaria-Geral de Meio Ambiente, Energia, Ciência e Tecnologia do Ministério das Relações Exteriores, afirmou que a atuação do governo e da sociedade civil terá de ser conjunta para que o Brasil “se aproprie” e implemente os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável.

Segundo o embaixador, a implantação da agenda vai requerer “políticas públicas robustas”, e a participação do Congresso será essencial. Além disso, Marcondes de Carvalho salientou o papel importante dos parlamentares para garantir os recursos necessários para a implementação da agenda. “O prazo é curto, e as metas são desafiadoras”, avaliou.

Orçamentos públicos
O representante da Campanha TTF Brasil (Transações Financeiras para o desenvolvimento humano e ambiental) Claudio Fernandes destacou a necessidade de alinhar todos os orçamentos públicos com a Agenda 2030 de desenvolvimento sustentável.

O presidente Frente Parlamentar dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, deputado Vicentinho (PT-SP), acredita que será necessário constituir frentes municipais e estaduais também para efetivar a agenda. Ele passou a presidência da frente para Nilto Tatto e assumirá a vice-presidência.

Reportagem – Lara Haje
edição - Natalia Doederlein

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