Meio ambiente e energia

Palestrantes reafirmam importância dos acordos internacionais sobre mudanças climáticas

05/06/2017 - 15:10  

Na primeira parte do Curso de Legislação Ambiental promovido pela Câmara dos Deputados, nesta segunda-feira (5), os palestrantes reafirmaram a importância dos acordos internacionais sobre mudanças climáticas.

Billy Boss/Câmara dos Deputados
Curso de Legislação Ambiental 2017. Palestrante, Roseli Senna Ganem
Roseli Ganem: entre 1991 a 2010 ocorreram quase 32 mil desastres relacionados ao clima no Brasil, afetando 96 milhões de pessoas

O Acordo de Paris vem sendo questionado pelos Estados Unidos. Na semana passada, o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou a retirada dos EUA do acordo. O acordo foi assinado por 171 países, inclusive pelo Brasil.

Roseli Senna Ganem, consultora legislativa da Câmara, disse que um estudo feito entre os anos de 1991 a 2010 revelou a ocorrência de quase 32 mil desastres relacionados ao clima no Brasil naquele período, afetando 96 milhões de pessoas. Ela afirmou que o Brasil é o segundo país em ocorrência de tornados, abaixo apenas dos Estados Unidos.

Desmatamento zero
A consultora defendeu meta zero de desmatamento para o Brasil; pois, segundo ela, o país já tem terra suficiente para a produção de alimentos.

O consultor legislativo Henrique Paranhos Sarmento Leite lembrou que a maior parte das emissões de gases de efeito estufa no Brasil vem do desmatamento, ou 43% do total. Outros 23% vêm da pecuária.

Billy Boss/Câmara dos Deputados
Curso de Legislação Ambiental 2017. Palestrante, Henrique Paranhos Sarmento Leite
Leite: eventos extremos relacionados ao clima vêm aumentando. Na região do São Francisco, cada ano é o de maior seca dos últimos 50 anos

Leite ressaltou que os eventos extremos relacionados ao clima vêm aumentando. "Queimadas, secas, inundações. O Brasil está vivendo na região do São Francisco há sete anos algo completamente anormal: Cada ano é o ano de maior seca dos últimos 50 anos. Isso era para ter uma periodicidade. A seca era um fenômeno periódico no Brasil, e não é mais. Os extremos climáticos estão ficando irregulares e imprevisíveis. Cada vez mais próximos, cada vez mais intensos."

Henrique Leite lembrou que um dos maiores céticos sobre as mudanças climáticas, o físico ganhador do prêmio Nobel Richard Muller, acabou reconhecendo seu erro ao fazer um criterioso estudo sobre a evolução dos dados passados. Ou seja, sem tentar fazer predições sobre o aumento da temperatura na terra.

Reportagem - Sílvia Mugnatto
Edição – Regina Céli Assumpção

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