Meio ambiente e energia

Especialistas defendem incentivos para a produção de biodiesel

08/11/2016 - 21:55  

O investimento na produção do biodiesel em larga escala foi tema da audiência pública realizada pela Comissão Mista de Mudanças Climáticas nesta terça-feira (8). Setores envolvidos e representantes do Ministério de Minas e Energia e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) apontaram desafios e ações para impulsionar a produção de combustível sustentável.

Considerado o combustível do futuro, o biodiesel é um dos biocombustíveis que ainda representa uma pequena parte da matriz energética brasileira e apenas 3% dos combustíveis utilizados no País. Na visão de especialistas e representantes do governo ouvidos pela comissão, para torná-los atrativos e competitivos, os biocombustíveis precisam de apoio do setor público e privado.

Lúcio Bernardo Junior/Câmara dos Deputados
Audiência Pública (interativa) sobre a Contribuição dos Biocombustíveis no cumprimento das metas brasileiras estabelecidas na iNDC. Chefe Geral da Embrapa Agroenergia, Guy de Capdeville
Guy de Capdeville: usinas brasileiras precisam se modernizar, a fim de gerar produtos de maior valor agregado

O diretor da União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene, Donizete Tokarski, lembrou que já é lei o aumento do percentual de biodiesel ao óleo diesel. Ele disse que o transporte público pode utilizar esse tipo de combustível menos poluente. “Estamos fazendo uma campanha para que as cidades acima de 500 mil habitantes imediatamente adotem 20% nas suas frotas para melhorar a qualidade de vida”, informou.

Investimentos
Na visão do chefe-geral da Embrapa Agroenergia, os benefícios dos biocombustíveis já são sentidos pelo Brasil desde o início da comercialização do etanol, porém o setor precisa de reforço em investimentos para tecnologia e novos estudos, além de planejamento e logística adequados entre as regiões do País.

“Nossas usinas precisam se modernizar. Estamos trabalhando para ampliar o uso de biomassas, trazer rotas biológicas e insumos que possam converter as matérias-primas em produtos de valor agregado”, apontou Capdeville.

A pesquisadora da Rede Clima Samya Pinheiro chamou atenção para a necessidade de substituição de combustíveis fósseis por biocombustíveis e ressaltou o alto impacto da poluição na saúde das pessoas.

O relator da Comissão Mista de Mudanças Climáticas, senador Fernando Bezerra (PSB-PE), também destacou a necessidade de criar uma economia mais sustentável, com menos emissão de carbono.

COP 22
O secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia, Márcio Carvalho Bezerra, anunciou o novo programa do governo federal para estimular a produção de biocombustíveis: o Renova Bio, que pretende que a participação do biodiesel na matriz energética brasileira deve alcançar pelo menos 3,31% em 2030.

O Brasil vai apresentar o novo programa de estímulo aos biocombustíveis durante a 22ª Conferência das Partes sobre o Clima, a COP 22, que ocorre até o dia 18 de novembro em Marrakech (Marrocos).

Da Redação – MO
Com informações da Agência Senado

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