Meio ambiente e energia

Especialistas buscam viabilização efetiva da economia de baixo carbono

29/08/2014 - 20:28  

Parlamentares, ambientalistas, cientistas e economistas do setor financeiro debateram nesta sexta-feira (29), em São Paulo, alternativas de financiamento para a economia de baixo carbono. O debate ocorreu em audiência pública realizada pela Comissão Mista sobre Mudanças Climáticas do Congresso Nacional.

O presidente da comissão, deputado Alfredo Sirkis (PSB-RJ), explicou que o foco econômico do debate se deve à busca de uma nova ordem financeira internacional de baixo carbono e da superação das dificuldades que entravam os projetos baseados em baixa emissão de gases poluentes.

Em entrevista à TV Alesp, Sirkis afirmou que a principal discussão é sobre a criação de um contexto favorável à transição para uma economia de baixo carbono dentro do sistema financeiro internacional. “Isso, trocado em miúdos, quer dizer a criação de uma moeda do clima e, sobretudo, o reconhecimento da redução de emissões de carbono como unidade de valor financeiro, como unidade de valor monetário”, declarou.

Bancos centrais
Em referência a Bretton Woods, a conferência internacional que redefiniu a economia mundial na década de 1940, o deputado Sirkis disse ser necessária a articulação dos bancos centrais de diversos países para lidar com essa "moeda do clima".

Sirkis ressaltou que, atualmente, os governos têm recursos limitados para investir na transformação de suas economias em direção ao baixo carbono. Por esse motivo, ele disse que é preciso atrair recursos do sistema financeiro internacional.

“Recursos que hoje servem meramente para especulação e que podem ser trazidos para uma economia produtiva que gere empregos e, ao mesmo tempo, contribua para cortar as emissões dos gases do efeito estufa”, afirmou o deputado.

Alcance limitado
Especialista em mudanças climáticas, o professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Emílio La Rovere avaliou que algumas propostas já testadas tiveram resultados apenas limitados. Entre essas propostas, ele citou a criação de taxas sobre a emissão de gases do efeito estufa e os certificados negociáveis de redução de emissões.

Segundo La Rovere, no entanto, a comunidade científica apoia iniciativas de agregar valores social e financeiro ao carbono.

Outro especialista, o professor Jean Hourcade, do Centro Internacional de Pesquisa sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento da França, chegou a falar em formulação de um novo "pacto econômico-ambiental".

Audiências regionais
As audiências regionais da comissão visam subsidiar o Congresso e o governo brasileiros na coleta de propostas que poderão ser apresentadas nas duas próximas conferências das Nações Unidas sobre mudanças climáticas, as COP 20 e 21, previstas respectivamente para novembro deste ano, em Lima (Peru); e dezembro de 2015, em Paris (França).

O evento desta sexta-feira foi realizado na Assembleia Legislativa de São Paulo.

Da Redação – PT
Com informações da Assembleia Legislativa de São Paulo

A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura 'Agência Câmara Notícias'.