Educação, cultura e esportes

Gestor da Copa no Amazonas garante que estado está preparado

18/03/2014 - 21:22  

Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados
Audiência pública para discutir com os secretários municipais e estaduais das Secretarias Municipais e Estaduais Extraordinárias da Copa de 2014, sobre o andamento das obras que envolvem a Copa do Mundo e a situação atualizada dos gastos. Representante do Projeto Copa 2014 do Amazonas, Miguel Capobiango Neto
Capobiango destacou investimentos na recuperação dos corredores viários e na revitalização de pontos turísticos de Manaus.

A Comissão do Esporte da Câmara iniciou por Manaus a atualização do cronograma de obras e gastos da Copa do Mundo. Os deputados ouviram, nesta terça-feira (18), o coordenador-geral da unidade gestora do Projeto Copa no Amazonas, Miguel Capobiango Neto. Quanto à infraestrutura urbana, o coordenador destacou os investimentos na recuperação dos principais corredores viários e na revitalização dos pontos turísticos de Manaus.

O aeroporto, com capacidade ampliada de passageiros, deve ficar totalmente pronto até o fim de abril, inclusive com previsão de receber sua primeira conexão com a Europa, via Lisboa.

Arena da Amazônia
Capobiango também informou que a Arena da Amazônia, inaugurada no início do mês, teve custo total de R$ 594 milhões, quase R$ 100 milhões a mais do que o valor previsto inicialmente. O estádio tem capacidade para pouco mais de 40 mil torcedores e receberá jogos importantes da Copa, como Inglaterra e Itália.

No entanto, Capobiango admitiu que, diante do pequeno público do campeonato amazonense de futebol, o governo estadual ainda não sabe o destino que dará ao estádio após o mundial. Ele calcula que o custo mensal de operação da Arena Amazonas ficará em torno de R$ 500 mil. "A ideia é que ele tenha a sua operação terceirizada ou tenha atividades que possam remunerar, pelo menos, a manutenção do estádio sem onerar o poder público. O grande desafio, no caso específico de Manaus, é que temos uma questão relacionada à distância. A questão logística encarece todo tipo de atividade que a gente leva para lá, inclusive eventos e shows".

Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados
Audiência pública para discutir com os secretários municipais e estaduais das Secretarias Municipais e Estaduais Extraordinárias da Copa de 2014, sobre o andamento das obras que envolvem a Copa do Mundo e a situação atualizada dos gastos. Dep. Romario (PSB-RJ)
Romário: novas audiências públicas serão realizadas como forma de esclarecimento à população.

Capobiango acrescentou que o governo estadual deve concluir, até maio, o levantamento das soluções dadas a outros estádios semelhantes. A partir daí, o estádio amazonense poderá passar por uma remodelagem. “O estádio já recebeu dois jogos-testes para a Copa. Faltam apenas a instalação da tribuna de imprensa e a integração com os espaços externos que vão abrigar o centro de mídia e o atendimento a voluntários, seguranças e terceirizados. Muitos deles devem ocupar o Sambódromo de Manaus, que fica a poucos metros da arena”, explicou.

Atrasos e gastos
Nesta terça, o jornal Folha de São Paulo mostrou que o estádio Itaquerão, em São Paulo, será entregue incompleto à Federação Internacional de Futebol (Fifa) em abril. Além da falta de telões, há problemas de acabamento na cobertura, nos espaços comerciais e nos camarotes do estádio que vai receber o jogo de abertura da Copa, em junho.

As arenas da Baixada, em Curitiba (PR), e do Pantanal, em Cuiabá (MT), também têm atrasos no cronograma, que podem encarecer o preço final. O Tribunal de Contas do Distrito Federal investiga indícios de superfaturamento nas obras do estádio Mané Garrincha.

Novas audiências
Autor do requerimento de atualização das obras e custos da Copa, o deputado Romário (PSB-RJ) disse que novas audiências públicas serão realizadas como forma de esclarecimento à população. "Alguns estádios, infelizmente, não estarão 100% prontos para a Copa do Mundo. O Itaquerão é um exemplo. Mas, pelo menos, que a gente possa atualizar os números desses gastos absurdos. É o nosso dinheiro jogado fora. Lá atrás, o presidente Lula, a Dilma como ministra da Casa Civil e o Ricardo Teixeira, da CBF, afirmaram que 90% dos gastos da Copa do Mundo seriam de dinheiro privado. Hoje a gente acompanha e vê que 98% é (de dinheiro) público, ou seja, nosso dinheiro".

Ainda sobre cronograma de obras e valor total de gastos da Copa, a Comissão de Esporte da Câmara já aprovou requerimentos para ouvir secretários estaduais e municipais de cidades-sedes, além de representantes dos Tribunais de Contas da União e dos estados.

Reportagem - José Carlos Oliveira
Edição – Regina Céli Assumpção

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