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Ministro diz estar aberto a rediscutir Fundeb e pede melhorias na alfabetização

15/05/2019 - 20:31  

Em comissão geral na Câmara dos Deputados, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, disse que vai tocar o projeto do governo Bolsonaro com enfoque na alfabetização e na educação básica. Esse foi o centro de sua apresentação aos parlamentares nesta quarta-feira (15). “A prioridade é a pré-escola, o ensino fundamental e o ensino técnico, mantendo a atual estrutura das universidades, porém mudando a estratégia”, afirmou.

Luis Macedo/Câmara dos Deputados
Convocação do ministro da educação, a fim de prestar esclarecimentos acerca dos cortes orçamentários na educação brasileira. Ministro da educação, sr. Abraham Weintraub
Para Abraham Weintraub, Plano Nacional de Educação está "descalibrado"

Ele destacou que as metas de formação de professores universitários já foram atingidas e, por isso, é preciso focar em outras ações. “Na iniciativa privada, quando você bate a meta e a supera, desvia os seus recursos para as metas que você está aquém – no caso, para o ensino fundamental, e é isso o que a gente precisa discutir.”

Fundeb
Weintraub afirmou estar disposto a conversar com parlamentares, professores e secretários para rediscutir o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), cuja vigência termina em 2020.

O tema foi mencionado pela coordenadora da bancada feminina, deputada Professora Dorinha Seabra Rezende (DEM-TO), que negocia a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 15/15, que torna o fundo permanente.

A parlamentar também argumentou que é preciso melhorar a qualidade dos investimentos na educação, sem cortes. “O ensino precisa ser prioridade na definição orçamentária de todos os governos”, cobrou.

Na Câmara, o ministro falou em implementar um novo Fundeb, sem detalhar, no entanto, como seria. Disse ainda que é preciso rediscutir o Plano Nacional da Educação que, segundo ele, está “descalibrado”.

Alfabetização
Weintraub destacou a importância da alfabetização para se reduzir as discrepâncias sociais. “Vamos investir nessa etapa como uma ferramenta de superação de desigualdade. Se não alfabetizarmos bem a população, a gente vai continuar desigual, principalmente nos ensinos técnico e médio.”

Segundo Weintraub, os analfabetos totais são raros no Brasil, mas reconheceu que a qualidade atual da alfabetização é “um desastre”. “Uma pessoa que não sabe interpretar, não consegue montar um produto sozinho ou ler o manual de uma máquina para operá-la melhor é alguém que não consegue se virar na vida”, ressaltou.

O ministro falou ainda na necessidade de investimento em estudo integral. “O Brasil está indo para trás nos investimentos desse segmento”, lamentou.

Ensino técnico
Sobre o ensino técnico, Weintraub disse que não faz sentido que as vagas sejam oferecidas apenas pelo setor público. O Chile, de acordo com ele, investiu na educação de base, no ensino técnico e hoje “é uma nação de engenheiros”.

Reportagem - Carol Siqueira e Eduardo Piovesan
Edição - Marcelo Oliveira

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