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Não há escola neutra, afirma professora em comissão da Câmara

15/02/2017 - 16:05  

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A professora Madalena Guasco disse há pouco, na Comissão Especial da Escola sem Partido (PL 7180/14),que quando o movimento Escola sem Partido surgiu, pesquisadores do seu grupo pesquisaram a fundo os estudos disponíveis e não identificaram essa discussão como um problema da educação no Brasil.

Professora titular do Departamento de Fundamentos da Educação da Faculdade de Educação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Guasco afirmou que outros problemas aparecem na pesquisa do setor: muitos alunos por sala de aula, formação de professores, falta de professores e teorias educacionais, entre outros. “Desafio alguém a me trazer uma tese de mestrado ou doutorado séria que aponte isso como problema”, completou.

Madalena Guasco ressaltou que não existe escola ou ensino neutro. “A história da educação brasileira está repleta de concepções teórico-pedagógicas, sociológicas e filosóficas, portanto, não são neutras”, afirmou. “Não há demérito algum quando um professor se posiciona em favor de uma teoria ou outra. Aliás, gostaria de saber de antemão qual o posicionamento da escola em que vou matricular meus filhos, qual a visão de mundo e de sociedade dessa escola."

Para a professora, a ciência é feita de debate, de contradição, da contraposição de determinadas concepções que fazem parte de um momento histórico. Ela também questionou o conceito de “estudante tábula rasa”, pois "parte do pressuposto de que o professor é manipulador”.

Ela citou a seguinte frase de Paulo Freire: "Não basta saber ler que 'Eva viu a uva'. É preciso compreender qual a posição que Eva ocupa no seu contexto social, quem trabalha para produzir a uva e quem lucra com esse trabalho." Guasco concluiu que “nem na alfabetização podemos ensinar sem explicar o sentido”.

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Reportagem - Geórgia Moraes
Edição - Sandra Crespo

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