Direitos Humanos

Organização internacional pede que nova lei de migração proteja crianças e adolescentes

11/11/2015 - 18:48  

Organização Internacional para as Migrações (OIM) defende que lei de migração brasileira traga maior proteção a crianças e adolescentes. O representante da entidade, Matteo Mandrile, apresentou sugestões à comissão especial da Câmara dos Deputados que analisa o projeto da nova lei de migração (PL 2516/15). Ele elogiou a proposta que, segundo ele, "contém os mais altos padrões internacionais de direito migratório, incluindo pilares de direitos humanos".

Alex Ferreira / Câmara dos Deputados
Audiência Pública e Reunião Ordinária
Orlando Silva propôs que alguns assuntos sejam regulamentados após nova lei de migração   

Mandrile sugeriu, entretanto, que alguns artigos sejam mais detalhados, especialmente os que tratam de crianças e adolescentes. Ele argumentou, por exemplo, que deve ser expressamente proibido no texto a devolução de menores não acompanhados ou separados, conforme estabelecem instrumentos internacionais de direitos humanos, de direito humanitário e o relativo aos refugiados. Esses acordos determinam que os Estados não transladam um menor a um país com "perigo real de dano irreparável para a criança".

Avaliação de riscos
O especialista destacou, ainda, que a avaliação dos riscos deve ser feita considerando a idade e o sexo da criança, bem como o risco de ser submetida a alimentação e condições sanitárias inadequadas ou insuficientes. O retorno ao país de origem, segundo ele, só poderá ser considerado se representar o melhor interesse da criança. "A adoção de um novo marco [legal] é uma boa oportunidade para ampliar direitos e, em particular, os previstos na convenção sobre os direitos das crianças”, defendeu.

Famílias
A OIM também sugeriu medidas que facilitem a migração com o objetivo de reunir famílias, prevendo a concessão de vistos não apenas ao cônjuge, mas também ao companheiro ou companheira, sem distinção de gênero e orientação sexual.

Regulamentação
O relator do projeto da nova lei de migração, deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), prometeu analisar as sugestões, mas disse que muitas poderiam ser objeto de regulamentação posterior.

Matteo Mandrile, entretanto, destacou que a lei de migração trata de áreas delicadas que poderiam ser mais detalhadas no projeto atual, sem prejuízo de regulamentação posterior.

Reportagem - Geórgia Moraes
Edição – Luciana Cesar

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