Cancelada audiência para ouvir general sobre morte de Rubens Paiva

01/04/2014 - 18:00  

O general reformado do Exército José Antônio Nogueira Belham não virá mais à Câmara nesta quarta-feira (2) falar sobre as circunstâncias da prisão, tortura, morte e ocultação de cadáver do ex-deputado federal Rubens Paiva. O ex-parlamentar, assassinado em 1971 em um quartel no Rio de Janeiro, foi um dos principais opositores do regime militar.

Três comissões da Câmara dos Deputados - de Constituição e Justiça e de Cidadania; de Relações Exteriores e de Defesa Nacional; e de Direitos Humanos e Minorias – iriam realizar audiência pública conjunta amanhã para ouvir Belham.

O presidente da Comissão de Constituição e Justiça, deputado Vicente Candido (PT-SP), leu nesta terça-feira (1º) um relato com a justificativa do militar para o não comparecimento.

Justificativas
O convidado alegou problemas de saúde, como fortes dores na cabeça, e a idade avançada para não vir ao Congresso. O general também comentou que tem um exame de tomografia marcado para o dia do depoimento e que já prestou esclarecimentos para o Ministério Público do Rio sobre o assunto. Ele afirmou ainda que não conheceu e nunca viu Rubens Paiva; por isso, acha que é “inútil” seu depoimento na Câmara.

“Vamos buscar outros meios para que esse cidadão ajude a esclarecer essa questão”, disse o deputado Chico Alencar (Psol-RJ).

Confira a íntegra da nota da CCJ sobre a ausência de Belham.

Belham é considerado testemunha-chave para esclarecer o destino dado ao corpo de Rubens Paiva. De acordo com depoimento obtido pela Comissão Nacional da Verdade, ligada à Presidência da República, ele estava no Doi-Codi quando Rubens Paiva foi torturado.

No entanto, o general reformado prestou depoimento à Comissão da Verdade no ano passado e revelou que estava de férias na época da morte do ex-deputado.

Reportagem – Tiago Miranda
Edição – Marcelo Oliveira