Índio ferido na Câmara foi medicado no Hospital Universitário e liberado
02/10/2013 - 17:57
O índio Renato Tupiniquim, de 25 anos, que se feriu ao se chocar contra uma porta de vidro do anexo 1 da Câmara, no início da tarde de quarta-feira, foi atendido no Hospital Universitário de Brasília (HUB) e liberado em seguida.
Segundo o índio Poran Potiguara, que o acompanhou ao hospital, Renato se feriu nos dois braços e levou muitos pontos. Numa região do braço esquerdo, ele perdeu bastante pele e precisará de cirurgia plástica.
Renato é do Espírito Santo e veio a Brasília para protestar contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que atribui ao Congresso a competência para aprovar a demarcação das terras indígenas (215/00). No momento do acidente, ele queria entrar na Câmara para participar de debate sobre proposta do presidente da Frente Parlamentar de Defesa dos Povos Indígenas, deputado Padre Ton (PT-RO), de reserva de quatro vagas para índios na Câmara. A proposta ainda não foi apresentada formalmente.
Segundo a Polícia Legislativa, Renato se atirou contra a porta de vidro, que estava fechada. Segundo Poran, a porta estava aberta e Renato ia entrar, quando a segurança fechou a porta contra ele.
Renato foi atendido no ambulatório de saúde indígena e liberado cerca de duas horas depois. Poran, que é da Paraíba, afirmou que Renato está hospedado na casa de uma prima em Brasília.
Tramitação
A PEC foi aprovada em março do ano passado na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) e tem de ser analisada em comissão especial. Na terça-feira (1º), o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, suspendeu a instalação da comissão que examinaria a PEC, mas os índios pedem o arquivamento definitivo da proposta.
Reportagem – Wilson Silveira
Edição – Rachel Librelon