Direitos Humanos

Deputado Jean Wyllys diz sofrer ameaças e denuncia autores de vídeo pró-Feliciano

03/04/2013 - 20:04  

Arquivo/Brizza Cavalcante
Jean Wyllys
Jean Wyllys enviou denúncia à Procuradoria-Geral da República.

O deputado Jean Wyllys (Psol-RJ) disse nesta quarta-feira (3) que a procuradora-geral da República em exercício, Deborah Duprat, recebeu com preocupação a denúncia de que ele tem sido ameaçado de morte após a veiculação de um vídeo que o colocaria como inimigo dos evangélicos. O vídeo teria sido feito em defesa do deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP).

“Essa difamação vem também do fato de eu ser homossexual assumido, e falar de igual para igual com meus adversários”, disse Wyllys, ao relatar que sofreu ameaças por telefone e que enviou à procuradoria-geral uma denúncia contra os autores do vídeo.

A coordenadora da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos Humanos, deputada Erika Kokay (PT-DF), disse que vai pedir proteção ao presidente da Câmara para que Jean Wyllys possa exercer seu mandato. “Não é possível que um deputado seja ameaçado dessa forma para tentar calá-lo”, disse.

Erika Kokay também participou da reunião com a procuradora. A deputada é autora de ação, junto com Jean Wyllys e o deputado Domingos Dutra (PT-MA), para que seja apurada a responsabilidade de Feliciano pelo vídeo.

Os três deputados são mostrados no vídeo, entitulado “Marco Feliciano Renuncia”, que exibe frases que visariam colocá-los contra os evangélicos. O material foi postado na internet e feito pela empresa de um funcionário de Feliciano.

Denúncia
Os três parlamentares argumentam que, apesar de o vídeo ter sido disponibilizado por um perfil neutro e não relacionado com Feliciano, a conta de twitter do pastor foi utilizada para divulgá-lo logo após a sua publicação.

Feliciano é acusado dos crimes de difamação, calúnia, falsificação de documento público, injúria, falsidade ideológica, formação de quadrilha e improbidade administrativa.

“Não há qualquer questionamento de cunho religioso, quem busca trazer essa discussão para a religião, numa demonstração de arrogância e querendo monopolizar a palavra cristã, é o próprio deputado. A discussão é sobre o que representam as declarações e a compreensão que tem o deputado, incompatíveis com a Comissão de Direitos Humanos”, disse Erika Kokay.

Reportagem – Marcello Larcher
Edição – Pierre Triboli

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