Direito e Justiça

Projeto torna sem efeito resolução do CNJ sobre audiências de custódia

27/04/2016 - 13:32   •   Atualizado em 27/04/2016 - 13:48

Proposta em análise na Câmara dos Deputados pretende anular a Resolução 213/15, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que instituiu as chamadas “audiências de custódia”, criando a obrigatoriedade de apresentação de toda pessoa presa a um juiz de Direito no prazo máximo de 24 horas.

DEP EDUARDO BOLSONARO
Eduardo Bolsonaro: como um ato normativo do CNJ pode atribuir responsabilidades a órgãos do Poder Executivo com os quais não tem qualquer vinculação administrativa?

A medida está prevista no Projeto de Decreto Legislativo (PDC) 317/16. Autor da proposta, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSC-SP) sustenta que a medida do CNJ viola a Constituição Federal, a qual determina que compete privativamente à União legislar sobre direito processual penal.

“O próprio Constituinte estabeleceu que não cabe a criação de normas processuais penais, ou que com elas tenham conexão, por meio de resolução, sob pena de inviabilizar o ordenamento jurídico pátrio”, justificou o autor.

Bolsonaro argumenta ainda que, além da inconstitucionalidade formal, a resolução apresenta inconsistências materiais “insanáveis”.

“A resolução atribui à Secretaria de Administração Penitenciária ou à Secretaria de Segurança Pública a responsabilidade pelo deslocamento da pessoa presa ao local da audiência de custódia. Ora, em um ato normativo, o CNJ atribui responsabilidades a órgãos do Poder Executivo com os quais não tem qualquer vinculação administrativa?”, questionou.

Por fim, o autor do PDC 317/16 também criticou o fato de a resolução conferir ao delegado de polícia competência para realizar a notificação de advogado eventualmente constituído pela pessoa presa em flagrante delito.

Tramitação
O projeto será analisado pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. Em seguida, segue para o Plenário.

Reportagem – Murilo Souza
Edição – Newton Araújo

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