Ciência, tecnologia e Comunicações

Hackers discutem ideias para combater violência contra a mulher

Banco de ideias lançado durante o fim de semana vai propiciar o desenvolvimento de aplicativos que possam contribuir para reduzir a violência doméstica.

23/09/2014 - 12:39   •   Atualizado em 23/09/2014 - 13:43

Terminou ontem o Hack weekend, evento organizado pelo Laboratório Hacker da Câmara dos Deputados, que contou com a participação de especialistas e da sociedade por meio do site e-Democracia. O evento faz parte da Semana Internacional do Parlamento Aberto - que começou no dia 15 de setembro e vai até o dia 25.

A assessora do Laboratório Hacker da Câmara Maria Rachel Melo fez um balanço positivo do encontro. "No primeiro dia nós tivemos uma reunião de organizações voltadas para as questões de gênero com a participação da Secretaria da Mulher para discutir ideias para um novo Hackaton de gênero e cidadania que a Câmara já está promovendo, as inscrições estão abertas.”

“É um resultado concreto. Outro resultado bastante interessante é a discussão de uma plataforma aberta para desenvolvimento colaborativo de soluções digitais para parlamentos. A Câmara pretende colocar essa plataforma do e-Democracia em código aberto para desenvolvimento colaborativo", explica Rachel.

Durante o evento, foi lançado o Banco de Ideias para o Hackaton de Gênero com ênfase na discussão sobre alternativas para aproximar a tecnologia às demandas sociais por mais transparência na administração pública e formas de efetivar o empoderamento feminino, por exemplo.

Nova edição
No primeiro Hackathon, realizado no ano passado, os participantes tinham que desenvolver aplicativos para aumentar a transparência do trabalho parlamentar e ampliar a compreensão do processo legislativo. Neste ano, o desafio é desenvolver aplicativos que possam contribuir para reduzir a violência contra a mulher e fortalecer as políticas de gênero.

A segunda rodada do Hackaton vai acontecer de 24 a 28 de novembro. As inscrições já estão abertas e vão até 3 de outubro. Desta vez, em todas as equipes, pelo menos um dos componentes deverá ser do sexo feminino ou transgênero.

Olho nas Emendas
Ainda durante o hack weekend, Luciano Santa Brigida, integrante da equipe ONE Brasil, explicou como funciona o “Olho nas emendas”, ferramenta on-lineque possibilita ao cidadão fiscalizar o uso de recursos públicos. “[Com a ferramenta] é possível visualizar em um mapa para onde o dinheiro está indo, e conseguir fiscalizar de forma mais fácil. O Olho serve como um canal de diálogo entre a população e poder público”, afirma.

A ideia da Equipe ONE é dotar a plataforma de “camada ficcional” e transformá-la em um jogo, pelo qual o usuário que mais contribuir, com denúncias e relatos sobre as emendas, acumule pontos e evolua no jogo. Conforme Santa Brígida, o modelo de jogo on line possibilita construir narrativa capaz de suscitar o interesse do cidadão para o controle social e desmistifica o pensamento de que a política é “entediante e distante”.

Reportagem - Emanuelle Brasil
Edição – Natalia Doederlein

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