Cidades e transportes

Queda no número de mortes é reflexo de investimentos, diz governo

22/03/2013 - 12:15  

Vladimir Platonov/ABr
Catástrofes Chuvas Rio 2013
Neste ano, as chuvas voltaram a castigar o Rio de Janeiro.

O número de mortes causadas por catástrofes naturais no País vem caindo nos últimos anos, de acordo com levantamento da Defesa Civil Nacional. “A média histórica de óbitos varia de 150 a 300 pessoas por ano - excetuando 2010, que foi o ano do desastre da região serrana, só ali morreram cerca de mil pessoas. Essa média caiu em 2011 para menos de 100 mortes. Em 2012, fechamos em 87”, contabiliza o secretário nacional da pasta, Humberto Viana. “Isso é certamente resultado do trabalho de prevenção e mitigação que vem sendo desenvolvido pelo governo federal”, avalia.

O coordenador do Centro Universitário de Estudos e Pesquisas sobre Desastres (Ceped) da Universidade Federal de Santa Catarina, Antônio Edésio, concorda que investir na prevenção realmente salva vidas, mas ressalta que a estratégia também é mais econômica para o poder público. “Para cada R$ 1 investido em prevenção, você deixa de gastar R$ 7 na resposta”, estima Edésio.

A prevenção leva em consideração a recorrência dos desastres e a ocupação indevida de locais de risco – o pior problema de todos, segundo o chefe do centro de análise e previsão do tempo do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Luiz Cavalcanti. “Os desastres não são novos. Aconteceram no passado, estão acontecendo no presente e vão acontecer no futuro. Hoje as tragédias são maiores porque uma chuva muito intensa vai atingir áreas que jamais deveriam ser ocupadas pela população”, explica.

Arquivo/ Gustavo Lima
Perpétua Almeida
Perpétua: temos que evitar que os desastres virem tragédia nas vidas das pessoas.

Mudanças climáticas
“O viés da prevenção é imprescindível porque a tendência é que as catástrofes ambientais aumentem daqui pra frente”, ressalta a deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC), que presidiu a comissão especial da Câmara sobre medidas preventivas diante de catástrofes, cujo relatório final foi o texto-base para a nova Lei de Proteção e Defesa Civil (12.608/12).

A especialista em mudanças climáticas da Universidade Federal de Pernambuco, Josicleda Galvício, explica que o aquecimento global pode aumentar o número de catástrofes ambientais. “Quase todos os modelos estudados convergem para o aumento de temperatura, o que vai causar o aumento da evaporação da água. Alguns modelos também apontam para o aumento de precipitação [chuvas]. Se a gente já tem visto esses desastres com as chuvas que estão ocorrendo hoje, imagina se tiver aumento de precipitação.”

Reportagem – Ginny Morais
Edição – Natalia Doederlein

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