Agroindústria muda vida de extrativistas em MT
Deputado Márcio Macêdo concentra esforços em projetos que tenham implementação prática.
28/05/2012 - 12:03
Em Juruena, no Mato Grosso, um grupo de extrativistas tem provado que, com apoio e planejamento, é possível usar a floresta em pé como aliada na geração de renda.
Em menos de uma década, a Cooperativa dos Agricultores do Vale do Amanhecer (Coopavam) conseguiu ampliar em sete vezes o valor da venda da castanha do Brasil. Com apoio financeiro do governo federal e estadual, além de recursos do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, a comunidade instalou uma fábrica de beneficiamento da castanha regional, que saiu de R$ 0,30 para R$ 2,20 por quilo para o extrativistas e até R$ 16 por quilo para a amêndoa já beneficiada.
Há cerca de três anos, as mulheres do assentamento aderiram ao negócio e fundaram a Associação de Mulheres Cantinho da Amazônia, que diversificou a produção por meio de biscoitos feitos a partir de castanha, aveia, amendoim e outros itens regionais.
Desde a implantação da fábrica, foram vendidas mais de 20 toneladas de biscoitos e mais de 70 toneladas de castanha beneficiada. A maior parte foi para a merenda de crianças da rede pública de ensino no noroeste do Mato Grosso.
Apesar de estar em uma região com 7.500 hectares de floresta, o assentamento no início apostava apenas na criação de gado de corte e leiteiro para obter renda. A produção, além de insuficiente para a sobrevivência dos 250 agricultores familiares, ainda trazia prejuízos ambientais.
Hoje, as mulheres da associação conseguem, em média, R$ 800 por mês com o trabalho. Os bons resultados renderam prêmios à comunidade e, com isso, o apoio ao projeto cresce.
Economia verde
Os caminhos para uma economia verde não são consenso. E o mais provável é que, durante a Rio+20, as nações evitem indicar uma única definição para o tema.
O deputado Márcio Macêdo, presidente da Comissão Mista de Mudanças Climáticas, defende que não se perca de vista o desenvolvimento sustentável.
"Vamos trabalhar para ter uma possibilidade de implementação prática de projetos que possam gerar desenvolvimento, renda e divisas para os países e superar a dicotomia de que não é possível desenvolver preservando os recursos naturais", analisa o parlamentar.
Os exemplos bem-sucedidos existem para nos inspirar.
Reportagem - Ana Raquel Macedo/Rádio Câmara
Edição – Natalia Doederlein