Agropecuária

Brasil é referência na geração de energia, mas ainda não acabou com lixões

O consumo mais consciente de energia e matéria-prima é um desafio que se impõe às cidades, onde vive metade da população mundial.

28/05/2012 - 11:21  

Arquivo SEFOT
Meio Ambiente - Lixo e Reciclagem - Lixão - Catador de lixo
Política de Resíduos aprovada pela Câmara em 2010 prevê a extinção dos lixões até 2014.

Reduzir o consumo, reutilizar objetos e reciclar materiais. Buscar uma solução para a quantidade de lixo gerada todos os dias, principalmente nas cidades, é uma necessidade. Cerca de 50% da população mundial vive em áreas urbanas, consumindo de 60% a 80% da energia e respondendo por 75% das emissões de gases de efeito estufa.

De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), apenas 25% de todo o lixo gerado no mundo é recuperado ou reciclado. O desperdício e a destinação inadequada dos resíduos geram problemas ambientais e sociais.

Não se pode esquecer que a reciclagem é fonte de renda para muitas famílias. Em todas as suas formas, ela emprega em apenas três países (Brasil, China e Estados Unidos) 12 milhões de pessoas.

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Nesse mercado, os brasileiros são referência mundial, com aproximadamente 95% das latas de alumínio e 55% das garrafas PET recicladas. Mas, mesmo aqui, o desafio ainda é grande.

A Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/10), sancionada em 2010, prevê que, até 2014, os lixões terão que ser fechados em todos os municípios brasileiros. Os gestores públicos, no entanto, terão que correr para cumprir a lei.

Segundo o último levantamento da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), 60% das cidades do País não davam destino adequado ao lixo. Isso significa que 3.371 municípios ainda dão um tratamento inadequado a mais de 74 mil toneladas de resíduos por dia.

Energia limpa
O Brasil também é referência na produção de energia a partir de fontes renováveis. O que não significa que o País não precise melhorar, como admite a própria ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. "Temos vantagem comparativa que outros países não têm. Mas podemos fazer mais. Quais as condições econômicas, tecnológicas para fazermos mais? Onde temos que inovar?”

O Plano Decenal de Energia para o período até 2020 tem metas ambiciosas. Até 2020, o plano prevê que a hidreletricidade responda por 67% da geração elétrica no País. Os combustíveis fósseis ainda representariam cerca de 15% da nossa matriz, mas as outras fontes renováveis passariam de 8% de participação, em 2010, para 16%, em 2020.

Fontes alternativas
O planejamento energético brasileiro não está, contudo, isento de críticas. Os impactos ambientais e sociais das construções de grandes reservatórios hidrelétricos na Amazônia, como Belo Monte, no Pará, são alvo de fortes questionamentos por parte de movimentos sociais e ambientalistas.

Os críticos também contestam o predomínio de investimentos em hidrelétricas em comparação aos previstos para usinas de biomassa e eólicas.

Integrante da Comissão de Minas e Energia, o deputado Luiz Fernando Machado (PSDB-SP), considera que o governo poderia ser mais ousado no planejamento energético. "O governo tem estabelecido de maneira imediata as hidrelétricas, que darão uma tranquilidade para o sistema energético do nosso País, e não estimula as fontes alternativas."

Dep. Luiz Fernando Machado (PSDB-SP)
Machado: fontes alternativas sustentam o sistema energético e preservam o meio ambiente.

Machado é relator, na Comissão de Minas e Energia, do Projeto de Lei 3986/08, que estabelece que, até 2018, pelo menos 10% da energia elétrica consumida no País deverá ser proveniente de pequenas centrais hidrelétricas, usinas solares, eólicas ou de biomassa cuja geração não ultrapasse 50 mil kW.

A proposta permite, além disso, que a energia gerada nessas condições possa ser vendida diretamente ao consumidor.

O incentivo às fontes renováveis é objeto de outras propostas na Câmara dos Deputados.

Uma delas, do deputado licenciado Betinho Rosado, (PL 7737/10) obriga os distribuidores de energia elétrica a contratarem por meio de leilões a energia produzida a partir de fonte eólica.

Outro projeto (PL 2117/11), do deputado Penna (PV-SP), cria o Plano de Desenvolvimento Energético Integrado e o Fundo de Energia Alternativa, para coordenar ações de União, estados, municípios e da iniciativa privada na promoção de biogás, biodiesel e energia elétrica proveniente de fontes alternativas renováveis.

Reportagem - Ana Raquel Macedo/Rádio Câmara
Edição – Natalia Doederlein

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