Política e Administração Pública

Ex-diretor da JBS permanece em silêncio em audiência na CPI do BNDES

28/05/2019 - 21:24  

Os parlamentares da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do BNDES não conseguiram ouvir o ex-diretor jurídico da empresa JBS Francisco de Assis e Silva, nesta terça-feira (28). O objetivo da audiência pública era colher informações e documentos necessários para subsidiar os trabalhos da comissão, que investiga supostas irregularidades nos empréstimos internacionais realizadas pelo BNDES entre os anos de 2003 e 2015, mas o depoente se negou a responder às perguntas dos deputados.

Ticiano Figueiredo, advogado do executivo, disse que Francisco de Assis e Silva não deveria ser filmado e nem fotografado durante a audiência por ter firmado acordo de colaboração premiada com a Justiça.

Michel Jesus/Câmara dos Deputados
Reunião ordinária para tomada de depoimento do ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega. Dep. Vanderlei Macris (PSDB-SP)
Macris não aceitou pedido para que reunião fosse fechada

"Todo colaborador, independente se vai falar ou não, tem o direito de não ter seu nome, qualificação, imagem e demais informações pessoais divulgadas, não ter a sua identidade revelada pelos meios de comunicação, nem ser fotografado ou filmado sem sua prévia autorização por escrito".

Depois de ouvir os outros parlamentares, o presidente da CPI, deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP), decidiu não acatar o pedido e autorizou a presença dos jornalistas, cinegrafistas e fotógrafos. Francisco de Assis e Silva afirmou então ao relator, deputado Altineu Côrtes (PL-RJ), que se negaria a responder qualquer pergunta feita pelos parlamentares.

Delação premiada

Deputados lembraram que o depoente já fez acordo de delação premiada, mas se negou a fornecer a senha de um celular apreendido. O deputado Delegado Pablo (PSL-AM) afirmou que a comissão vai pedir ajuda ao FBI pra tentar quebrar esse código de acesso.

"Ele é um delator da Justiça. A delação premiada premia desde que a pessoa instrua provas ao processo. É o que diz a lei. Ele não pode ter uma delação premiada em que só ele se beneficia. Isso não vai ficar assim, não. A CPI vai correr atrás", disse.

Nova reunião
Nesta quarta-feira (28), a CPI vai ouvir o ex-ministro Antônio Palocci. Por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), a reunião será fechada, sem a presença de jornalistas, cinegrafistas e fotógrafos.

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Reportagem – Marcelo Westphalem
Edição - Ana Chalub

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