Política e Administração Pública

Deputados elogiam iniciativa de reforma para acessibilidade no Plenário

Obras para viablizar acesso de cadeirantes à mesa onde o presidente e os vice-presidentes comandam as sessões começam em agosto no próximo ano.

25/09/2013 - 18:00  

Alexandra Martins / Câmara dos Deputados
Audiência Pública para discutir sobre  Políticas públicas e de inclusão na soiedade para os pacientes com doenças raras. Dep. Mara Gabrilli (PSDB-SP)
Mara Gabrilli: medida tem simbolismo que vai além do benefício para parlamentares.

A reforma de acessibilidade pela qual passará o Plenário Ulysses Guimarães, principal palco de decisões da Câmara dos Deputados, foi celebrada por parlamentares cadeirantes. Hoje, eles só conseguem chegar carregados à mesa de onde o presidente e os vice-presidentes comandam as sessões da Câmara. O piso será rebaixado em 30 centímetros e haverá duas rampas de acesso.

A obra está prevista para agosto e setembro do próximo ano, quando o ritmo de votações na Câmara deve ser reduzido em virtude da campanha eleitoral de 2014. A deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP) é cadeirante e entende que o aumento da acessibilidade à Câmara tem um simbolismo que ultrapassa o benefício específico aos parlamentares que têm dificuldade de locomoção.

“É uma mudança que diz respeito não apenas aos parlamentares cadeirantes que estão na Casa, mas ao brasileiro e à coerência de trabalho da Câmara. A Lei de Acessibilidade foi aprovada nesta Casa. E como é que a própria não cumpre?”, questionou. Para ela, a decisão “prova para os 45 milhões de brasileiros que têm algum tipo de deficiência que a nação está empenhada em ser mais inclusiva, humana e democrática”.

Arquivo/ Leonardo Prado
Rosinha da Adefal
Rosinha da Adefal: ainda falta promover a acessiblidade de comunicação.

Aprovado por Niemeyer
O projeto de reforma está pronto desde 2009 e foi aprovado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, que projetou o prédio do Congresso Nacional há mais de 50 anos. Também cadeirante, a deputada Rosinha da Adefal (PTdoB-AL) elogiou a obra e avalia avanços e desafios da acessibilidade na Câmara.

“Serão dois meses (de obra) que, com certeza, farão diferença para toda a vida de quem tem alguma limitação física e esteja exercendo mandato. Como progresso, eu já posso destacar o programa de acessibilidade da Câmara, que é referência para outros órgãos de governos”, disse. “O que falta, como desafio, é promover a acessibilidade de comunicação, com o aumento do número de intérpretes de Libras e adquirir a tecnologia assistiva para os cegos, que se chama audiodescrição”, acrescentou.

A reforma do Plenário será feita com pessoal e materiais já existentes na Câmara. Durante as obras, as sessões serão realizadas no auditório Nereu Ramos, espaço geralmente usado para a realização de grandes seminários na Câmara.

Reportagem – José Carlos Oliveira
Edição – Rachel Librelon

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