Gilberto Carvalho nega ter encomendado dossiês contra adversários de Lula
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, negou nesta quarta-feira (9) que tenha solicitado a realização de dossiês contra políticos adversários durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do qual era chefe de gabinete.
O ministro foi convocado para comparecer em audiência na Câmara dos Deputados para explicar afirmações de Romeu Tuma Jr, que foi secretário nacional de Justiça do governo Lula, de que teria solicitado os documentos com acusações contra políticos da oposição, como o ex-senador e atual governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB).
A convocação se baseia em reportagem da revista "Veja" de dezembro de 2013, que publicou as acusações de Tuma Jr. Carvalho foi convocado pela Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, a pedido dos deputados Efraim Filho (DEM-PB), Alexandre Leite (DEM-SP) e Ronaldo Caiado (DEM-GO).
Carvalho afirma que as acusações são falsas e que prometeu mais uma vez processar Tuma Jr. por calúnia.
"Na Justiça brasileira cabe ao acusador o ônus da prova. Eu não tenho medo de enfrentar o debate. Eu nunca pedi a ninguém que fizesse um dossiê até porque não considero essa adequada a política", afirmou Carvalho.
Protesto do MST
O ministro também foi questionado sobre afirmações à imprensa de que a policiais militares do Distrito Federal teriam agido de maneira truculenta no controle de uma manifestação do MST (Trabalhadores Rurais Sem Terra) em 12 de fevereiro em Brasília.
Para o deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO), Carvalho respaldou a ação do MST. "Os policiais estavam ali para conter a baderna."
O deputado Nilson Leitão (PSDB-MT) acusou o governo de ter organizado uma "bagunça" e até mesmo a invasão do STF (Supremo Tribunal Federal) pelo movimento.
Segundo Carvalho, o que houve foi um incidente lamentável a partir de informações equivocadas. Ele afirmou que existia a suspeita errada de que o MST pretendia invadir o STF (Supremo Tribunal Federal) e o Palácio do Planalto e isso causou o confronto.
"Existia a informação equivocada de que o ônibus dos sem-terra tinha artefatos para atacar policiais. Eles [sem-terra] tinham cruzes que simbolizam as mortes do campo. A polícia achou que eram artefatos para atacar a PM. Foi nesse momento que houve confronto", explicou Carvalho. "Eu tenho um profundo respeito e gratidão pela PM do DF. A minha fala foi para clarear que não houve tentativa de invasão do Supremo. Portanto, não se tratava de atacar a polícia. Todo ser humano está propenso a erro causado pela desinformação. Não foi uma fala ofensiva à polícia."
Fonte: noticias.uol.com.br/politica