Em audiência pública na CSPCCO, transportadoras de valores pedem mais rigor contra assaltos a carros-fortes e caixas eletrônicos

Entre as sugestões está a inclusão dos crimes praticados com armas pesadas na lista dos considerados hediondos
14/09/2017 14h32

Alex Ferreira/Câmara dos Deputados

Em audiência pública na CSPCCO, transportadoras de valores pedem mais rigor contra assaltos a carros-fortes e caixas eletrônicos

Representantes de entidades sugeriram também melhores equipamentos para as forças de segurança

Representantes de transportadoras de valores defenderam na Câmara medidas de proteção a trabalhadores da área e punição mais rígida a criminosos que assaltam carros-fortes e caixas eletrônicos com o uso de explosivos e armamento pesado.

O tema foi debatido em audiência da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, nesta quarta-feira (13).

O presidente da Associação Brasileira de Transporte de Valores, Marcos Emanuel Torres de Paiva, informou que, de 2009 a 2017, criminosos roubaram mais de R$ 600 milhões nesse tipo de operação.

Ele lembrou que são as empresas de transporte de valores que lidam com a parte mais perigosa de levar o dinheiro e abastecer caixas eletrônicos.

Marcos Emanuel destacou ainda o nível de especialização dos criminosos que realizam ações coordenadas, sempre em grupos de mais de 15. Em 2016, 46 vigilantes foram feridos e dez foram mortos por essas quadrilhas.

O representante da Federação Nacional das Empresas de Segurança e Transporte de Valores (Fenavist), Odair Conceição, sugeriu que os crimes nos quais são utilizadas armas de guerra passem a integrar a lista dos hediondos.

Luiz Flávio Zampronha, da Polícia Federal, afirmou que combater o crime organizado é fácil desde que as forças policiais estejam equipadas e tenham recursos para a capacitação de seus agentes.

Proteção da sociedade
Um dos autores do requerimento para a realização da audiência, o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) defendeu que os agentes de segurança não sejam punidos no cumprimento de seus deveres.

"Não é possível que o Estado brasileiro coloque a arma na mão de um agente de segurança e, ao agir para defender a sociedade, ele primeiro tome um processo, depois tenha sua arma retirada, todas as vantagens suprimidas enquanto o processo se desenvolve”, afirmou.

Na opinião do deputado, ou a sociedade autoriza o agente a defendê-la “ou então não podemos colocar os homens e as mulheres na rua para morrerem feito moscas."

Investimentos
Já o representante da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Leandro Vilain, informou que foram investidos R$ 9 bilhões em segurança privada e que há investimentos também em tecnologia para aumentar o número de transações por meio eletrônico, diminuindo assim a circulação de dinheiro.

A Confederação Nacional dos Trabalhadores de Segurança Privada sugeriu aos parlamentares alterações na legislação vigente para permitir que os vigilantes usem armamentos de calibre mais alto.

 'Agência Câmara Notícias', com modificações.