A empresa tem o objetivo de transferir a posse de uma fazenda no Brasil para a organização, mas encontra dificuldades. “A intenção da Fonterra, no entanto, vai além da aquisição da terra. O alvo é fazer um intercâmbio da cultura da Nova Zelândia na produção de leite. Será possível trazer conhecimento técnico e científico, como o desenvolvimento de sistemas pastoris com uso estratégico de suplementos, a melhoria genética e a criação de rebanhos adaptados ao sistema de produção. Essa parceria é muito promissora, principalmente pelas questões climáticas daqui”, afirmou Fabrizio Jorge, gerente geral da Fonterra no Brasil.

A presidenta da CREDN, deputada Perpétua Almeida (PCdoB/AC), demonstrou preocupação sobre o tema. “Fico muito intrigada com essa situação porque o governo incentiva a vinda de empresas estrangeiras, portanto, se a gente chama para que elas se instalem aqui, não se pode ter normas que dificultem as atividades”.  De acordo com a deputada, o objetivo é que a CREDN auxilie o lado dos investidores, sem botar em risco a soberania do país. A parlamentar também sugeriu uma visita técnica da Fonterra à região Zona de Processamento de Exportação (ZPE), no Acre, pelos incentivos econômicos da região e pela facilidade na distribuição de produtos por meio do oceano Pacífico.

Segundo o embaixador Jeffrey Mcalister, outras empresas neozelandesas já tiveram dificuldades com a legislação brasileira, mas reafirmou que pretende intensificar as relações comerciais entre os países. “É interesse de nossas empresas desenvolver e aprofundar as atividades no Brasil. O investimento aqui é foco para a Nova Zelândia, justamente pelo momento econômico brasileiro, e o nosso principal alvo é o agronegócio”.

A Fonterra é o maior investidor neozelandês no Brasil e a maior empresa da Nova Zelândia. A parceria da empresa com o grupo Nestlé faz com que juntos sejam o maior captador de leite no país, com cerca de dois bilhões de litros captados por ano, em várias regiões do Brasil.