Chanceler brasileiro nega atrito com o assessor de Dilma e defende papel da Unasul na crise venezuelana
Foto: Antonio Augusto (CD)
Ministro Luiz Alberto Figueiredo afirmou que não há interferência de Marco Aurélio Garcia no Itamaraty
O ministro assegurou que Garcia auxilia o Itamaraty na interlocução com os países da região. "É um esclarecimento que precisa ser feito. Não há interferência de integrantes de outros órgãos no ministério. Respondemos apenas à presidente Dilma. O professor Marco Aurélio tem muitas relações com integrantes dos governos de alguns países e na última vez em que ele foi à Venezuela, foi a meu pedido", assegurou.
Figueiredo também garantiu que o ex-embaixador do Brasil em Caracas, José Antônio Marcondes de Carvalho, não deixou o posto por conta de ameaças que teriam sido feitas a ele e à sua esposa, e que o diplomata retornou à Brasília para ocupar o posto que era seu como Subsecretário-Geral de Meio Ambiente, Energia, Ciência e Tecnologia.
UNASUL
Luiz Alberto Figueiredo Machado também elogiou o trabalho realizado pela União das Nações Sul-Americanas (UNASUL), como facilitadora do diálogo entre governo e oposição na Venezuela. Ele destacou que vários foram os avanços alcançados e que o Brasil trabalha para que a normalização institucional seja restabelecida naquele país.
Segundo ele, "as coisas lá já estão bem melhores. Dessa ação conjunta em várias frentes, conseguimos estabelecer condições para diminuir a violência nas cidades venezuelanas". O ministro informou que na próxima semana retornará à Venezuela junto com os chanceleres da Colômbia e do Equador.
Haiti
Sobre a entrada indiscriminada de haitianos no Brasil através do Acre, o ministro explicou que o governo tem trabalhado para evitar o ingresso ilegal de cidadãos daquele país. De acordo com Figueiredo, a diplomacia brasileira realiza campanhas de esclarecimento mostrando que é mais fácil emigrar para pela via legal e que o Brasil é um dos poucos países que concede vistos de caráter humanitário.
O deputado Eduardo Barbosa (PSDB-MG), presidente da CREDN, avaliou como positiva a participação do ministro, mas voltou a lamentar o alinhamento do Brasil com regimes que violam os direitos humanos e os princípios democráticos que sempre caracterizaram a política exterior brasileira.
Para Barbosa, os laços estabelecidos com países como Cuba e Venezuela, se dão muito mais por razões ideológicas. "Apesar de ter explicação para cada atitude referente a esses sistemas, o governo continua errando", afirmou.
Vice-presidente da CREDN, Duarte Nogueira (PSDB-SP) também criticou as alianças feitas pelo Brasil com países como Líbia, Irã e Venezuela. "São alinhamentos que atrapalham o Brasil em seu objetivo de firmar-se como um ator forte na geopolítica global", disse.
Já o deputado Nelson Pellegrino (PT-BA), pensa diferente. Na sua avaliação, é inegável que o Brasil evoluiu internacionalmente. "Antes, o país era ignorado e suas opiniões não eram sequer ouvidas. Hoje, essa realidade mudou completamente",destacou.
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