Chanceler assegura que o Brasil não tem lado em nenhuma das guerras em curso

Mauro Vieira afirmou que o presidente da República não participará de nenhuma reunião sobre a guerra no Leste Europeu que não conte com a participação da Rússia. Sobre o conflito no Oriente Médio, ele reiterou as críticas feitas ao governo de Benjamin Netanyahu.
19/06/2024 17h21

Alexssandro Loyola

Chanceler assegura que o Brasil não tem lado em nenhuma das guerras em curso

Brasília – Em audiência pública da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN), realizada nesta quarta-feira, 19, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, assegurou que o Brasil não tem lado em nenhuma das guerras em curso, no Leste Europeu, entre Rússia e Ucrânia, e no Oriente Médio, entre Israel e o Hamas.

O ministro compareceu à CREDN atendendo a requerimentos do presidente do Colegiado, Lucas Redecker (PSDB-RS), e do deputado Rodrigo Valadares (UNIÃO-SE).  De acordo com Vieira, “desde o primeiro momento, o Brasil condenou a invasão da Ucrânia pela Rússia e o ataque terrorista do Hamas contra Israel”.

“A posição do Brasil é muito clara. O presidente, antes mesmo de assumir, condenou a invasão da Ucrânia pela Rússia. Nós temos contatos com os dois lados, temos a maior rede de embaixadas no mundo para dialogar com todos”, defendeu. “Com o Hamas, dialogamos por meio de terceiros, para evacuarmos os brasileiros que queriam sair de Gaza. O governo não tem contatos com a organização”, garantiu.

Em relação a uma suposta inclinação do governo pró-Palestina, Mauro Viera afirmou que “nós temos uma posição crítica ao atual governo de Israel. Acreditamos que é uma resposta desproporcional. Em Israel há uma ação militar clara contra a população civil de Gaza. Nunca negamos o direito de defesa de Israel, mas estamos do lado certo da história. O primeiro-ministro de Israel parece não querer o fim da guerra e o que acontece lá é um massacre”, sublinhou.

Venezuela

O ministro também falou sobre a Venezuela e negou que o governo esteja renegociando a dívida venezuelana em troca de eleições transparentes no país. As eleições presidenciais na Venezuela, estão marcadas para 28 de julho e o Brasil trabalha para que o regime de Nicolás Maduro aceite a participação de observadores internacionais.

Segundo ele, “temos mantido interlocução com o governo e oposição, todos parecem considerar que a realização das eleições em 28 de julho próximo é a melhor forma de enfrentar a crise venezuelana”, disse. Sobre a dívida, informou que um Grupo de Trabalho foi criado para discuti-la e que “parte do problema se dá por conta de sanções aplicadas contra o país e à negativa de acesso da Venezuela às suas reservas, inclusive em ouro, que estão congeladas nos EUA e na Europa”.

“O ministro fez um relato amplo das ações do Itamaraty e da postura do Brasil no cenário internacional, postura esta que é elogiada por uns e criticada por outros. O nosso papel - da CREDN - é promover o debate sobre os temas mais relevantes da nossa Política Externa”, destacou Lucas Redecker.

Para o deputado, “foi muito importante debater a postura do Brasil em relação às guerras, mas também acerca dos acordos comerciais que são fundamentais para a nossa economia, como o tratado de livre comércio entre o MERCOSUL e a União Europeia que, segundo o ministro, pode ser concluído até o final do ano”, sublinhou.

Assessoria de Imprensa - CREDN