Ministro da Aviação Civil fala sobre atrasos nas obras de reforma e ampliação dos aeroportos das cidades-sede da Copa

Moreira Franco participou de audiência pública na Comissão do Esporte para debater as medidas já adotadas e em andamento em prol das obras de reforma e ampliação dos aeroportos das cidades-sede da Copa do Mundo. A audiência atendeu ao Requerimento nº 15/2014, de autoria do deputado André Figueiredo.
09/04/2014 17h50

O ministro-chefe da Aviação Civil, Moreira Franco participou no último dia 8, de audiência pública na Comissão do Esporte, para debater o andamento das obras de reforma e ampliação dos aeroportos das cidades-sede da Copa do Mundo. A audiência foi a pedido do deputado André Figueiredo (PDT-CE).

Questionado sobre o atraso nas obras dos aeroportos para a realização da Copa, a exemplo de Fortaleza-CE e Salvador-BA, o ministro Moreira falou que apesar da situação, os aeroportos brasileiros estarão preparados para demanda extra nesse período. Citou o Rio de Janeiro que recebeu passageiros extras durante a Jornada Mundial da Juventude com o Papa. “Os dois aeroportos do Rio bateram recordes de passageiros/dia durante a visita do Papa, então estamos preparados”, disse. Lembrou ainda que mais pessoas passaram pelo aeroporto de Salvador-BA no Carnaval desse ano, do que vão passar durante a Copa.

Sobre os problemas enfrentados, falou sobre o aeroporto de Salvador-BA, “o terminal de check-in foi reformado e deveria haver mais uma expansão, mas com os atrasos que tivemos até agora não podemos confiar, achei melhor interromper as obras”, disse. Já em Cuiabá (MT), a expectativa é que não haja problemas, apesar de atrasos na entrega das obras. O ministro disse que tudo estará concluído.

Mas o problema mais grave está em Fortaleza-CE. Moreira Franco falou estar indignado tanto quanto os deputados com o estado das obras no aeroporto da cidade. Mas, questionado pelo deputado André Figueiredo (PDT-CE), o ministro negou que o problema tenha sido o Regime Diferenciado de Contratação (RDC), forma de licitação simplificada que foi criado para as obras da Copa e está sendo ampliado para outros setores.

“Há duas experiências anteriores desastrosas, uma em Vitória (ES) e outra em Goiânia (GO), onde uma vez paralisada a obra foram necessários seis anos para retornar. Por isso não é possível falar que foi o RDC, foi um problema de gestão, do gestor que não estava acompanhando a obra de perto”, disse o ministro.

Um terminal provisório será montado, chamado de MOP, um módulo operacional temporário de lona. “Isso ocorre, e foi utilizado na Copa da África do Sul, nas Olimpíadas de Londres, e no sorteio da Copa do Mundo no Brasil, na Costa do Sauípe (BA)”, disse o ministro.

Paralisar a obra

André Figueiredo disse que desde 2011 era possível ver o atraso, e sugeriu que o contrato dessa obra seja cancelado, e que esse consórcio seja impedido de fazer obras públicas. “E não foi apenas o problema de Fortaleza, eles foram também retirados da obra no Galeão”, disse.

O ministro, no entanto, disse que a experiência de obras paralisadas no passado não sugere essa como a melhor solução. “A pior situação é paralisar a obra, se for possível, vamos respeitar a lei para evitar demandas na Justiça, porque a grande sacrificada é a população”, disse.

Chuvas

A única ressalva que Moreira Franco fez foi quanto às chuvas, porque há aeroportos que não conseguem operar com equipamentos por suas configurações atuais. “Não há previsão de chuvas para a época, mas a única negociação que não conseguimos fazer é impedir a chuva nos dias do mundial”, disse. Se isso ocorrer, pode haver atrasos, mas não pela simples demanda da Copa, assegurou novamente.