Audiência pública - Hora da criança

Comissão de Educação promoveu Sessão de Audiência Pública para celebrar os 71 anos da “Hora da Criança”, promovendo a experiência pioneira e bem sucedida de educação pela arte, precursora da educação integral. O evento ocorreu dia 05 de junho, no plenário 10 do anexo II, a partir das 9h30min
05/06/2014 20h35

Atendendo o requerimento nº 354 de 2014, de autoria dos deputados Waldenor Pereira (PT/BA)  Iara Bernardi (PT/SP)  Alice Portugal ( PCdoB/BA). A Hora da Criança foi fundada há 70 anos pelo professor baiano Adroaldo Ribeiro Costa. A presidente da instituição é a professora Josélia Almeida dos Santos, que vem sustentando a experiência há mais de 40 anos, tendo conquistado  em 1994 uma sede para a Hora da Criança, por meio da aprovação de emenda parlamentar .

“O espaço físico para a Hora da Criança só foi alcançado cinquenta anos após a sua fundação e dez anos após a morte do seu fundador, o jornalista Adroaldo Ribeiro Costa”, afirma a presidente da instituição Josélia Almeida Santos, mais conhecida como Joca.

A Hora da Criança começou como um programa de rádio infantil que dá nome à instituição. O programa foi ao ar por trinta anos ininterruptos, produzindo durante esse tempo composições musicais, artes-dramáticas e esquetes. A Hora da Criança iniciou em 1943 como programa radiofônico que permaneceria no ar até inícios da década de 70.

 Em 1947, o escritor Monteiro Lobato foi convidado por  Adroaldo Ribeiro Costa,  por intermédio de Anísio Teixeira,  para assistir à Opereta Narizinho, baseada no livro A Menina do Narizinho Arrebitado, personagem do Sitio do Pica Pau Amarelo, obra de Lobato.

O escritor Monteiro Lobato foi recebido com o enorme carinho dos baianos, muitas homenagens e ampla divulgação da imprensa e, à noite, Lobato,  assistiria da tribuna de honra do Cinema Guarani a encenação da peça acompanhado do Governador Otavio Mangabeira e do seu Secretário de Educação,  Anísio Teixeira.  

A peça  Narizinho, de autoria de Adroaldo Ribeiro Costa, foi pela primeira vez  apresentada como   uma Opereta de quatro atos com 110 crianças e uma orquestra, a rigor, a primeira experiência do gênero realizada no país, sob os auspícios de Adroaldo Ribeiro Costa e patrocinada  pela

Secretaria de Educação, tendo à  frente Anísio Teixeira.  Dessa forma a Hora da Criança inaugura no Brasil o teatro feito por crianças e para crianças!

 O programa foi um dos maiores sucessos da rádio em todos os tempos e de certo modo favoreceu a expansão da   Hora da Criança  como obra de educação pela arte, até hoje atuante.

Bem antes da discussão nacional da educação de  tempo integral, os alunos de escolas públicas de Salvador podiam frequentar diariamente a “Hora da Criança”, tendo aulas de música, teatro, dança e artes visuais.

Já na década de 40, a educação pela arte era para a Hora da Criança de importância vital na formação das crianças e jovens. A partir dos   quatro anos  crianças e jovens,  estando  matriculados em escolas regulares,  poderiam ter acesso  a esta experiência.   Atualmente, o centro tem capacidade para atender até 600 crianças e jovens e as aulas não são diárias, como no passado.

A Hora da Criança conta com uma orquestra filarmônica, um núcleo de flauta e violino, oficinas de cenografia e  iluminação e um teatro, que serve de laboratório onde, além de atuar, o jovem também aprende como funciona o espaço como iluminação, cenário, figurino, entre outros.

Todos os cursos são muito requisitados e muitos alunos seguiram e seguem carreira artística na música, no teatro, na dança. A Presidente, da instituição, informa que todos os alunos da Hora da Criança que prestaram vestibular na área de artes foram aprovados. Muitos compõem a  Orquestra juvenil  Neojiba, que faz sucesso no Brasil e se apresenta em vários países.  

Para a professora Josélia,  isto é uma tradição, afinal saíram da Hora da Criança nomes como Gilberto Gil, Quarteto em Cy, o renomado artista plástico Ângelo  Roberto, Fernando Passos, famoso publicitário baiano; Edgar Navarro, que produziu o premiado filme:  “Eu me lembro”, no qual  são  registrados momentos da Hora da Criança inclusive da sua infância,  entre outras personalidades. Para a professora Joca  “a arte cria o cidadão sensível , criativo e integrado na sociedade”.

E a professora Joséilia reafirma: “ a pretensão da Hora da Criança não é formar artistas, mas oferecer uma educação pela arte para  formar cidadãos e cidadãs sensíveis,  criativos e integrados  em  qualquer profissão.”   

(autores do requerimento)