A Comissão da Cultura da Câmara dos Deputados realizou na última terça (24) uma audiência pública para debater os rumos da cultura no governo interino de Michel Temer. A audiência foi um pedido dos deputados Chico D’Angelo (PT-RJ), que apresentou requerimento subscrito pelos deputados Waldenor Pereira (PT-BA), Jean Wyllys (PSOL-RJ), Luizianne Lins (PT-CE) e Alice Portugal (PCdoB-BA), e Jandira Feghali (PCdoB-RJ).

Fizeram parte da mesa o cantor Tico Santa Cruz; Chico Simões, mamulengueiro; Sonia Guajajara, liderança da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil; Silvério Pontes, compositor e trompetista, Fernando Yamamoto, ativista cultural e Marina Brito, do movimento Ocupa Minc Brasil.

Os artistas deixaram claro que, mais do que a pauta do Ministério da Cultura, não vão abrir diálogo com o governo do interino Michel Temer e que a luta da categoria é pelo restabelecimento da democracia no Brasil.

As críticas feitas na audiência pública somam-se ao coro dos artistas no resto do Brasil. Fernanda Montenegro e Camila Pitanga, por exemplo, já declararam oposição a Temer. Recentemente, elenco e diretor do filme Aquarius protestaram contra o golpe no Brasil no Festival de Cannes, um dos mais importantes do mundo.

Atualmente, as sedes do Ministério da Cultura já estão ocupadas em diversas cidades brasileiras espalhadas por todos os estados e no DF. O presidente Chico D’Angelo apresentou, junto com a deputada Erika Kokay, requerimento para discutir a situação do IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), outra demanda dos movimentos de cultura. O requerimento será discutido no dia 1º de junho.