23.02.2010

 

Jornal "Correio Braziliense"

 

Caderno: Economia

 

Escolha estratégica

Sob críticas, Brasil decide reforçar exportações para as economias com maior crescimento a fim de melhorar saldo da balança comercial

Ricardo Allan

O governo vai reforçar a política de aumentar as exportações para os países em desenvolvimento, estratégia que começou a ser adotada no início da administração Luís Inácio Lula da Silva. Apesar das críticas de que ela gera pouca renda e de que a atenção ao comércio no Hemisfério Sul é resultado de uma escolha ideológica, o Ministério das Relações Exteriores garante que se trata de uma decisão puramente pragmática. O Itamaraty afirma que o objetivo é abrir espaço para os produtos nacionais nas economias que mais crescem e têm melhores perspectivas no mundo. Garante, porém, que isso não implica o abandono de mercados maiores, como o dos Estados Unidos e da União Europeia.

 

Jornal "O Estado de S.Paulo"

 

Caderno: Internacional

 

Apoio do Brasil reflete posição histórica

Mas 'oportunismo' de Cristina limita solidariedade

Ruth Costas

O apoio do Brasil à reivindicação de soberania argentina das Ilhas Malvinas é coerente com a posição adotada pelo País durante o conflito que ocorreu na região nos anos 80. Para José Botafogo Gonçalves, presidente do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), no Rio, e ex-embaixador em Buenos Aires, o único fator que causa algum embaraço tanto para o governo argentino quanto para seus aliados é o paralelo inevitável entre os motivos que levaram os militares do país vizinho a invadir as Malvinas em 1982 e o momento delicado vivido pela presidente Cristina Kirchner hoje.

"A questão é que levantar agora o tema das Malvinas cheira à velha estratégia de conseguir um inimigo externo para ganhar popularidade", opina Gonçalves. "Não fosse por isso, o apoio do Brasil, e dos outros países da região, seria muito mais fácil e menos controvertido até porque, nesse caso, é coerente com a tradição da diplomacia brasileira", completa.

 

Caderno: Economia

 

Sob pressão de americanos, Doha perde ainda mais força

Reunião ministerial é cancelada e embaixadores assumem negociação

Jamil Chade, CORRESPONDENTE, GENEBRA

A Organização Mundial do Comércio (OMC) cancelou sua reunião ministerial marcada para março e governos já admitem que a conclusão da Rodada Doha ficará para 2011. Depois de nove anos de negociações e centenas de reuniões, governos não sabem o que fazer com o processo, que prometia gerar bilhões de dólares em abertura de mercados e redução da pobreza. Ainda no auge da crise econômica, o G-20 decidiu colocar a Rodada Doha como um dos pilares da retomada e da reforma do sistema multilateral. Parte da inclusão ocorreu por insistência do governo brasileiro e a meta era concluir a negociação até o fim de 2010.