Nascida em 1822, em São Luís do Maranhão, sua trajetória reflete a luta por uma sociedade mais justa e igualitária. Suas obras abordam temáticas sociais que persistem até hoje, como o racismo e o sexismo. Abolicionista, sua obra Úrsula foi a precursora do gênero no país - antes mesmo de Castro Alves!

Úrsula narra a história de amor entre dois jovens. Apesar de parecer mais um romance clichê da época, durante a leitura é notável a forma que Firmina denuncia as opressões sofridas pelos personagens negros e pelas mulheres. Além do livro, a maranhense também escreveu diversas poesias, contos, composições e charadas. A Edições Câmara reuniu as obras mais famosas da escritora em uma coletânea, que pode ser baixada gratuitamente pelo link: https://bit.ly/2OHMpRw

Além do interesse pela literatura, Maria Firmina também formou-se como professora e dedicou-se ao magistério, recebendo como reconhecimento o título de “Mestra Régia”. Acreditava no poder de transformação da educação e na igualdade de gênero. Por isso, fundou, na década de 1880, a primeira escola mista (formada por meninos e meninas) do estado do Maranhão. A iniciativa foi uma das primeiras do Brasil e contestava o fato de que as mulheres da época eram educadas somente para os cuidados domésticos. Infelizmente, a instituição foi extremamente criticada e obrigada a fechar depois de poucos anos.

Mesmo sendo tão importante, a história dessa grande mulher ficou esquecida por muito tempo. Até mesmo sua imagem foi confundida com a de outras escritoras. Somente agora, por meio de pesquisas acadêmicas e divulgação das suas obras, é que o nome de Maria Firmina voltou a ser incorporado entre as grandes personalidades da literatura nacional.