Para Rodrigo Maia, ambiente democrático atrai investimentos para o Brasil

Segundo o presidente, para melhorar o ambiente econômico no País também é necessário que o Congresso demonstre ter “convergência” com as “medidas necessárias” para a recuperação
22/05/2019 17h54

Luiz Macedo/Agência Câmara

Para Rodrigo Maia, ambiente democrático atrai investimentos para o Brasil

“Nós sabemos que o setor privado tende a não investir em ditaduras”, afirmou o presidente.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, defendeu nesta quarta-feira (22) a manutenção do ambiente democrático como um fator de atração de investimentos privados no País. Segundo ele, eventuais conflitos entre Poderes sinalizam de forma negativa para aqueles que querem investir no Brasil. “Nós sabemos que o setor privado tende a não investir em ditaduras, como não investe na Venezuela”, declarou durante evento sobre a reforma da Previdência promovido pelo jornal Correio Braziliense.

“A gente não pode, de forma nenhuma, aceitar que a nossa democracia, que o Estado democrático de direito e a nossa estrutura sejam colocados em risco. Até porque não adianta reformar a Previdência, não adianta reformar o Estado, se essa democracia não for muito madura”, acrescentou.

Segundo Rodrigo Maia, para melhorar o ambiente econômico no País também é necessário que o Congresso demonstre ter “convergência” com as “medidas necessárias” para a recuperação econômica do Brasil, como as reformas da Previdência e tributária, além da reestruturação do Estado com base na redução das despesas obrigatórias.

”Quanto mais convergência a Câmara e o Senado tiverem com essa pauta, mais forte o Parlamento estará e mais forte as nossas instituições democráticas estarão para que a gente possa, daqui para frente, construir um futuro mais igual para os brasileiros, garantindo igualdade e oportunidade, e um Estado mais eficiente e menos burocrático”, disse.

Despesas públicas

Rodrigo Maia reiterou sua opinião de que a estrutura do Estado brasileiro é responsável por grande parte dos problemas enfrentados no País, e, por essa razão, é importante discutir as despesas públicas obrigatórias. Segundo ele, a reforma da Previdência é o primeiro passo para isso.

“A gente falar de uma economia de R$ 1 trilhão, num momento em que a desigualdade tem crescido, precisa ser muito bem explicado para sociedade. O equilíbrio do sistema previdenciário é decisivo para que, de fato, a gente possa começar a organizar os gastos públicos”, defendeu.

Temas polêmicos

Maia defendeu o diálogo para que a comissão especial que analisa a reforma encontre o melhor caminho para os temas polêmicos, de forma a garantir a economia prevista de R$ 1 trilhão. Entre os temas polêmicos, Maia destacou que a capitalização pode ser aprovada, desde que sua regulamentação fique para um segundo momento. Segundo ele, a capacidade da base da sociedade em poupar e contribuir para um sistema individual de capitalização é muito pequena.

“Talvez você deixar a capitalização aprovada, com um sistema de repartição, e a regulamentação vir num segundo momento, quando a gente tiver o desemprego caindo, a desigualdade caindo, para ter clareza que a maior parte da sociedade vai poder garantir sua poupança”, explicou Maia.

O presidente também defendeu que os estados e municípios não sejam retirados da reforma. Para ele, não adianta resolver o problema previdenciário da União e deixar a Previdência dos estados com déficit.

“É um sistema único: se a gente não resolver o todo, a gente não resolve o problema previdenciário brasileiro”, ressaltou Maia.

O Presidente
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