Bosque dos Constituintes terá projeto da Escola de Paisagismo

31/05/2010 18h00
Reuniões consolidam parceria para revigorar parque ‘adotado’ pela Câmara

Reunião no CEFORDuas reuniões, nos dias 6 e 14 de maio, deram prosseguimento à parceria do EcoCâmara e da Seção de Manutenção de Jardins da Câmara dos Deputados com a Escola de Paisagismo de Brasília (EPB). O acordo de cooperação, firmado em 5 de junho de 2009, permite a elaboração de projetos relacionados às práticas de manejo e manutenção de áreas verdes e de paisagismo para o Bosque dos Constituintes, o uso da área do parque do bosque como laboratório a céu aberto para seus alunos e o desenvolvimento de ações coordenadas com  Rede de Sementes do Cerrado e com os órgãos ambientais, sobretudo o Ibram (Instituto Brasília Ambiental), relacionadas à reconstituição da flora original do cerrado.

A primeira das reuniões, realizada no Centro de Formação, Treinamento e Aperfeiçoamento da Câmara dos Deputados (Cefor), no Complexo Avançado, buscou ajustar a parceria jReunião com Escola de Paisagismoá existente de modo a torná-la cada vez mais efetiva. Contou com a presença do professor Luis Pedro de Melo Cesar, da EPB, acompanhado de dez alunos da escola, além de Rachel Osório, Chefe da Seção de Manutenção de Jardins e Coordenadora da área temática Áreas verdes e Vida Animal do EcoCâmara, e de William França, diretor da coordenação de Divulgação Institucional da Câmara e coordenador da área temática Comunicação Institucional do EcoCâmara.


Rara oportunidade2ª reunião: Bosque

O professor Luis Pedro destacou a importância da iniciativa e a grande chance que representa para os estudantes ter seu projeto executado no Bosque dos Constituintes. “Normalmente, os profissionais da nossa área passam a vida inteira sem ter a rara oportunidade de trabalhar no paisagismo de um Jardim Histórico”, afirmou.

Rachel Osório e William França falaram sobre o papel histórico do bosque, plantado pelos próprios parlamentares da Assembléia Nacional Constituinte, em 1988, sobre a importância da ‘adoção’ do espaço pela Câmara, em novembro de 2008, dentro do programa “Abrace um Parque”, do GDF, sobre a responsabilidade com a cidade e com o meio ambiente que a parceria representa.
Também tratou-se sobre a meta de, até 2013, quando a promulgação da Constituição completará 25 anos, que o local esteja plenamente revigorado – o que possibilitará o seu tombamento como Monumento Vivo e Histórico da Cidade, segundo os preceitos de proteção aos Jardins Históricos, previstos na Carta de Florença, de 1981. Segundo Rachel, o  Bosque tem caráter único, pois provavelmente “é o único dos chamados ‘jardins históricos’ plantado pelos próprios atores do fato que homenageia, na época e no local do acontecimento”.

Os estudantes foram divididos em três grupos, para a execução de diferentes tarefas, como organização de dados, levantamentos de campo e outras. O primeiro ficará responsável pelo planejamento estratégico, o cronograma de atividades, a coordenação de ações e as relações institucionais. O segundo cuidará da base de desenhos – mapas, levantamentos e fotos –, enquanto o terceiro pesquisará referências teóricas e analíticas para a construção do conceito a ser adotado no projeto.

 

'Genius Locci'2ª reunião: "genius locci"

 A segunda reunião foi, na verdade, um piquenique, realizado no próprio Parque Bosque dos Constituintes, no dia 14 de maio. Contando com os mesmos participantes do encontro anterior,  além de mais alguns integrantes do EcoCâmara e da Seção de Manutenção de Jardins, o acontecimento buscou permitir um contato direto com o local que é o objeto da parceria.

 Os participantes andaram pelo local, conheceram espécies, marcaram visitas para registro fotográfico e foram apresentados ao percurso da calçada de Athos Bulcão, projetada pelo artista plástico que lhe dá nome, a ser instalada em breve no Bosque. Para Rachel Osório, o encontro teve como objetivo primordial permitir que os alunos da Escola de Paisagismo absorvessem o espírito do local: “É o que os gregos chamavam de ‘genius locci’.  Absorvê-lo e entendê-lo é muito importante para que possamos desenvolver o projeto de modo harmonioso com tudo o que já existe e que precisa ser preservado”, ressaltou.

 O projeto terá prosseguimento com reuniões semanais dos grupos, na Escola de Paisagismo e no próprio bosque, para o balanço das atividades realizadas e a troca de impressões. Periodicamente, acontecerão novos encontros com a Seção de Manutenção de Jardins e com o EcoCâmara de modo a adequar todas as iniciativas aos conceitos adotados pela Casa em sua gestão ambiental e na administração do parque.