Sob o comando de Rachel Osório, Viveiro da Câmara ganha novo espaço

A Câmara está abrindo um novo viveiro de mudas, atrás do Anexo IV e bem próximo ao Superior Tribunal de Justiça, para reunir em um único local as atividades antes espalhadas pelo Cefor, pela Torre de Transmissão de TV próxima do posto Colorado e por depósitos sob o eixo monumental.
01/11/2012 15h57

 

 Desde julho, a servidora Rachel Osório comanda uma equipe de servidores e funcionários no trabalho de transferência do Viveiro da Câmara para a área de quase três mil metros quadrados localizada atrás do Anexo IV. Lá serão produzidas todas as mudas e insumos necessários para que a Câmara mantenha verdes e viçosos seus jardins e gramados, além do Bosque dos Constituintes. 

Há 10 anos, o Viveiro da Câmara produz defensivos alternativos, compostos, árvores, mudas, vasos, floreiras e materiais de reuso para a manutenção de 210 mil metros quadrados de área verde da Casa. Chefe da Seção de Manutenção de Jardins, Rachel diz que a conquista do novo espaço é importante porque vai gerar economia para a Câmara e dar mais agilidade às atividades.

 

O novo viveiro segue os princípios de sustentabilidade, utilizando materiais  reciclados e fruto de reaproveitamento, como palhas de palmeiras, pó de serragem, borra de café e latas de tinta, entre outros. O espaço é dividido em áreas de compostagem e canteiros com diversos graus de luminosidade, para o desenvolvimento das plantas, que se dividem entre 450 espécies de diferentes portes. Também há uma pequena sede, com vestiário para os jardineiros, sala de reuniões, sala de ferramenta e depósitos de materiais diversos.

A conclusão do processo de transferência para a novo viveiro, especialmente o replantio das espécies, está previsto para o mês de novembro, quando deverá haver mais chuvas em Brasília. Espera-se que as plantas estejam verdinhas e fortes, para que o espaço seja aberto à visita dos servidores e possam ser promovidos cursos e oficinas. "É importante que todos na Casa conheçam e saibam onde fica o novo viveiro, até porque muitos servidores nos abastecem com mudas. Além disso, ele é a alma dos jardins da Câmara. É interessante que ele seja conhecido", alerta Rachel.

Segundo Rachel, o novo viveiro é a materialização de uma filosofia do trato do meio ambiente adotado  pelo EcoCâmara: "trabalhamos como ecocamaradas para mostrar aos servidores um princípio que deve existir na consciência de cada um. Somos a área verde do EcoCâmara e andamos juntos. Deveria ser assim em outros lugares".

Do Depes ao Bosque dos Constituintes

Servidora da Câmara desde 1976, Rachel dedica-se há 12 anos a cuidar dos gramados e jardins da Câmara. "Acompanhei a criação da seção desde o começo. Fizemos um levantamento completo de todas as áreas, mapas de cada jardim, contamos as árvores, arbustos e plantas e formamos uma equipe específica para o trabalho".  Ao longo desse tempo, ela acredita ter contribuído para conscientizar a Casa sobre a importância do profissionalismo no trato das questões ambientais.

"Somos informados antes de cada obra e cuidamos de remover as plantas sem danificá-las. Retiramos a terra e a armazenamos para depois, se for o caso, utilizá-la no mesmo ou em outro local", explica Rachel. Algumas iniciativas da Seção de Manutenção de Jardins já trouxeram economia para a Casa. Uma delas foi a modificação da vegetação do Anexo IV, que levou a Câmara a deixar de consumir anualmente cerca de 1,6 milhão de litros de água durante o período de estiagem. 

Nascida no Rio Grande do Sul, Rachel é formada em comunicação social. Na Câmara, já foi servidora do Depes, do Decom, da Diretoria Geral e das Relações Públicas, tendo chefiado esta última área. Organizou exposições e eventos num tempo em que não existia na Casa o Espaço Cultural. Durante a Conferência Rio-92, foi responsável pelo estande da Câmara e atuou como cerimonialista, dando assessoria ao então presidente Ibsen Pinheiro (RS).

Rachel confessa que vivia estressada na época em que trabalhou na área de comunicação, em razão das pressões do trabalho e das muitas demandas por serviços e atividades para os quais não havia estrutura correspondente. "Acompanhar o noticiário da imprensa, com críticas e cobranças sobre a Casa, nos dava angústia porque sabíamos que não tínhamos meios para responder e reagir à altura", lembra.

Sempre em busca de conhecimento

Em 2000, Rachel graduou-se como tecnóloga no curso de Gestão Ambiental de Áreas Urbanas e Técnicas em Paisagismo. Ela se orgulha dos trabalhos que tem desenvolvido nessa área. Como exemplo, cita o fato de os jardins da Câmara estarem entre os poucos que seguem à risca os princípios de sustentabilidade. "Nós tocamos o nosso trabalho de maneira sustentável, ambientalmente amigável, usando plantas nativas e protegendo os animais, alinhados como uma política de reciclagem. Isso não existe em todo lugar", conta. E o reconhecimento já chegou. Recentemente, a direção do Ibama, órgão de proteção ambiental do governo federal, procurou Rachel para formalizar uma parceria no processo de recuperação e manutenção dos jardins e áreas verdes da sede da instituição, em Brasília.

Feliz com a atividade na área ambiental, e já pensando em se aposentar, após 36 anos de dedicação à Câmara, Rachel está fazendo um curso de especialização em Paisagismo e Plantas Ornamentais. Sua monografia de conclusão do curso será sobre o Bosque dos Constituintes. Ela considera que a adoção do parque pela Câmara foi um marco importante da história da instituição e tem orgulho de ter participado desse processo. "Eu estava presente no dia em que começaram a plantar as árvores do bosque em 1988. Em 2008, durante uma reunião em que se discutiam as atividades comemorativas pelos 20 anos da Constituição Federal, eu me lembrei do parque, que a essa altura estava entregue à administração de Brasília e um pouco esquecido. Reforcei junto aos colegas o fato de que aquelas árvores ali plantadas eram parte da história da Câmara e que, portanto, nada mais justo do que cuidarmos da fauna e da flora do bosque. A partir daí, juntamente com uma equipe da Câmara e com o apoio dos presidentes da Casa, conseguimos do governo do DF uma concessão que o transformou em área protegida. A Câmara adotou o Bosque dos Constituintes".

Para Rachel, o Bosque dos Constituintes é um espaço importante porque une a história da Câmara, do Brasil e da cidade de Brasília: "o bosque atinge fronteiras maiores e é um resgate histórico importante. É um presente da Câmara para a história do país. Estão lá, a poucos metros da Praça dos Três Poderes, as árvores plantadas por Ulysses Guimarães, Mário Covas e outros brasileiros que ajudaram a fazer a Constituição de 1988, para o conhecimento e usufruto das novas gerações de brasileiros.


Fonte:
 Revista da Casa - Câmara dos Deputados