Seminário sobre importância de conservação do Cerrado aconteceu nesta quarta (11/09)

10/09/2019 14h45

Laura Lowande

Seminário sobre importância de conservação do Cerrado aconteceu nesta quarta (11/09)

A Rede Cerrado, com o apoio do Ecocâmara e da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, realizou nesta quarta-feira (11/09), às 13h30, um seminário para debater a importância dos povos e comunidades na conservação do Cerrado, no Auditório Nereu Ramos, no anexo II da Câmara dos Deputados.

O evento ocorreu no dia do Cerrado e teve como principais objetivos debater, discutir e estudar de que forma os povos e comunidades têm contribuído para conservar o bioma do planalto central, além de fortificar as ações que já vêm sendo realizadas. A cerimônia visou garantir a ampliação dos direitos territoriais, sociais, econômicos e culturais associados aos povos, comunidades e ao Cerrado. 

O evento faz parte da programação do IX Encontro e Feira dos Povos do Cerrado e contará com a presença de liderança de comunidades tradicionais como agricultores, organizações de apoio e assessorias que trabalham na defesa da conservação do bioma em questão e na garantia dos direitos dos seus povos. 

Maria do Socorro Teixeira Lima (Movimento Quebradeiras de Côco de Babaçu), Lidiane Taverny Sales (Retireiros do Araguaia e do Conselho Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais), Braulino Caetano dos Santos (geraizeiro e diretor do Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas), Maria de Fátima Batista Barros(Comunidade Quilombola do Cerrado) e Tsitsina Xavante (Mobilização dos Povos Indígenas do Cerrado), foram os representantes de povos tradicionais que participaram do seminário. 

A quebradeira de babaçu, Maria do Socorro falou sobre as questões políticas relacionadas ao meio ambiente "O Brasil está sendo vendido, as florestas estão sendo queimadas e ninguém pensa nos povos que vivem nestas áreas. Nós somos o poder mais poderoso do país e não vamos nos curvar diante deste governo". 

Maria de Fátima Batista Barros (Comunidade Quilombola do Cerrado) também falou sobre o governo, atividades que degradam o Cerrado e o ambiente no geral "O momento em que estamos vivendo é de profundos ataques, de perdas de direito, que os povos são ameaçados, perdendo políticas conquistadas. Nós somos a voz do Cerrado e não podemos aceitar o desmazelamento da nossa vida e ver o nosso planeta sendo destruído".

Lidiane Taverny Sales (Retireiros do Araguaia) falou sobre a importância do Cerrado para toda a população nacional "O Cerrado é uma caixa d'água, cheia de aquíferos. O bioma guarda 8 regiões hidrográficas e enche 6 grandes rios. O Cerrado nos alimenta, nos dá vida e é nosso espírito". Ela fala também sobre a destruição do Cerrado "O nosso bioma, nossa casa está sendo destruído,não por nós, mas pela ganância e pelo capital!"

O seminário também recebeu uma petição com 570 mil assinaturas visando a aprovação da PEC 504/2010, que procura a inclusão do Cerrado e da Caatinga como patrimônio nacional. 

 Confira a programação na aba "Geral" deste link