Câmara resgata Bosque dos Constituintes

06/06/2008 17h00

Dentro das comemorações dos 20 Anos da Constituição Cidadã, a Câmara dos Deputados decidiu recuperar, revitalizar e adotar o Bosque dos Constituintes, um conjunto com aproximadamente 800 árvores, de 20 espécies distintas, que foram plantadas um dia antes da promulgação da Carta numa área próxima ao Panteão da Pátria, na Praça dos Três Poderes, em Brasília.

Com a revitalização, a Casa negocia com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico o tombamento do espaço para transformar o local no primeiro jardim histórico do Distrito Federal, seguindo as recomendações da Carta de Florença, de 1981.

O convênio será firmado nesta quinta-feira (5), Dia Mundial do Meio Ambiente, entre o presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia; o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda; e a Rede de Sementes do Cerrado. A solenidade será às 11horas, no Espaço do Servidor, no Anexo II da Câmara, durante a abertura da exposição Bosque dos Constituintes.

 

Adoção

Pelo acordo, a Câmara adota o Bosque dos Constituintes com base na Lei Distrital 448, de 17 de maio de 1993, que dispõe sobre a adoção de praças, jardins públicos e balões rodoviários por entidades e empresas. Entre as reformas previstas para o bosque estão a construção de calçadas, bancos, iluminação pública e cercamento da área. Com isso, o local se torna um ponto de visitação pública e de turismo ambiental.

Segundo o representante do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) na Constituinte, Aylé Salassié, o bosque foi criado para homenagear os constituintes e principalmente o capítulo que trata do meio ambiente. "O Brasil foi o único país do mundo, na época, a colocar na constituição um capítulo de meio ambiente. Isso demonstrou a preocupação dos políticos com o tema", relembra ele.

"A Constituição passará, mas os constituintes permanecerão para a eternidade enquanto o bosque durar", disse na ocasião o deputado Ulysses Guimarães, que presidiu a Assembléia Nacional Constituinte entre 1987 e 1988.

Atualmente, existem no local espécies como: pau-ferro, pau-brasil, aroeira, angico, bálsamo, cedro, capitão gonçalo alves, guapuruvu, ipê amarelo, ipê branco, pajeú, ingá mimoso, jacaré, jequitibá, jacarandá mimoso, jacarandá da bahia e quaresmeira. Além dessas, outras duas espécies exóticas compõem o bosque, o jambo rosa, que é da Malásia, e o jambolão, da Índia (dos quais não há no local nenhuma espécie viva).

Para dar início à revitalização do bosque, a Câmara conta com o apoio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente do Distrito Federal e de órgãos coligados ao governo, como o Instituto Brasília Ambiental (Ibram), a Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) e a Companhia Imobiliária do Distrito Federal (Terracap).

 

Viva a história

O Bosque dos Constituintes foi plantado originalmente no dia 4 de outubro de 1988 – véspera da promulgação da nova Carta – por iniciativa do extinto Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal ( IBDF), do Governo do Distrito Federal (GDF) e da Sociedade Brasileira dos Engenheiros Florestais. O projeto foi patrocinado à época pelo Banco do Brasil e pela Caixa Econômica Federal.


Texto produzido pela Secretaria de Comunicação Social da CD em 04/06/08.