Árvores da Câmara - Urucuzeiro
A Câmara dos Deputados tem apenas um exemplar adulto do urucuzeiro , conhecido cientificamente como Bixa orellana. A árvore está localizada no Complexo Avançado, na rampa que leva ao ponto final das vans que fazem o transporte dos funcionários da Casa entre seus complexos, e foi plantada pela Seção de Manutenção de Jardins (Semaj) em 2088. Além deste, existem vários espécimes jovens, plantados recentemente na área da Torre de Tv do Colorado.
Carta de Caminha
Conhecido pelos índios brasileiros desde tempos imemoriais, a primeira menção ao urucu ou urucum, fruto do urucuzeiro, foi feita na carta que o escriba Pero Vaz de Caminha escreveu em 1500 ao rei português Dom Manuel, comunicando a descoberta destas terras além mar. Diz a carta, em certo trecho:
"Estava tinto de tintura vermelha pelos peitos e costas e pelos quadris, coxas e pernas até baixo, mas os vazios com a barriga e estômago eram de sua própria cor. E a tintura era tão vermelha que a água lha não comia nem desfazia. Antes, quando saía da água, era mais vermelho".
"E estavam cheios de uns grãos vermelhos, pequeninos que, esmagando-se entre os dedos, se desfaziam na tinta muito vermelha de que andavam tingidos. E quanto mais se molhavam, tanto mais vermelhos ficavam".
Usos diversos
O fruto da árvore é chamado de urucu ou urucum e os usos de suas pequenas sementes triangulares são múltiplos. Quando trituradas - puras ou misturadas a outros ingredientes - transformam-se e em pigmento usado tradicionalmente pelos nossos indígenas como antídoto para o veneno da mandioca brava, proteção solar, repelente para insetos e como tintura vermelha para pintura corporal. Ao passar a substância na pele, ela penetra nos poros que, aos poucos, se entopem e não conseguem mais eliminá-lo, dando à pele uma coloração definitiva.
A tintura, conhecida como colorau (que não deve ser confundido com o colorau português, ou páprica) é muito utilizada, tanto domesticamente quanto pela indústria alimentícia, para dar a cor vermelha ou amarela aos alimentos. Com o banimento, pela União Europeia, de corantes alimentícios artificiais, seu comércio ganhou ainda mais força. O corante INS 160b, muito comum em rótulos de margarinas, queijos, salsichas, sorvetes e muitos outros produtos, nada mais é do que o nosso colorau.
Na medicina popular, os subprodutos desta árvore, sob diversas formas, também encontram larga utilização, combatendo os males do fígado, a febre, as queimaduras e os problemas do estômago, além de ter ação expectorante, cicatrizante e antipirética.
Características
O urucuzeiro é uma pequena árvore “sempre verde”, ou seja, que não perde suas folhas no inverno, com até 9 metros de altura e copa de formato piramidal. Suas flores têm cinco pétalas livres, de rosadas a brancas. Os frutos, de até 8 cm, são vermelhos quando maduros e cobertos por espinhos flexíveis e aparecem de março a julho, com muitas sementes envoltas por uma polpa vermelha.
Gosta de sol pleno e de solos úmidos e férteis, crescendo bem em climas tropicais e subtropicais livres de geadas. Frutifica a partir dos 3 anos de idade. Originário da América Tropical, no Brasil é encontrado naturalmente desde a Amazônia até a Região Centro-oeste.
Ficha da Árvore
Nome comum: Ururucuzeiro, Urucu, Urucum
Nome científico: Bixa orellana
Família: Bixaceae
Uso: suas sementes trituradas são usadas tradicionalmente como pigmento, para pintura corporal e outros cosméticos, e na culinária, para dar cor vermelha ou amarela aos alimentos. Seu uso medicinal inclui o combate aos males do fígado, à febre, às queimaduras e aos problemas do estômago, além de ação expectorante, cicatrizante e antipirética.
Na Câmara: no Complexo Avançado, na rampa que leva ao estacionamento; na Torre de TV do Colorado.