21/10/2014

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Proposta permite criação de peixes em reservatórios de hidrelétricas

Comer peixe duas ou mais vezes por semana é a recomendação para uma vida mais saudável, segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). O pescado pode diminuir o risco de acidente vascular cerebral, mal de Alzheimer e até depressão.

O consumo no Brasil está crescendo: em 2003, o brasileiro ingeria 6,5 quilos por ano; hoje são nove quilos. No mundo todo o consumo aumenta. A FAO prevê um crescimento de 100 milhões de toneladas por ano até 2030. E o Brasil é um dos poucos países com capacidade para atender à demanda mundial. Mas para isso a produção precisa aumentar. Os produtores apostam na criação de tilápias. E um projeto em análise na Câmara pode facilitar a produção. A proposta permite a criação de espécies não brasileiras, como a tilápia, em tanques-rede colocados, por exemplo, em reservatórios de hidrelétricas. Mas, para especialistas, a ação é uma ameaça à biodiversidade.

Hoje o País produz cerca de 2 milhões de toneladas de pescado. A FAO calcula que a cifra pode chegar a dez vez mais: 20 milhões de toneladas por ano em 2030. Para atingir a meta, é preciso criar mais peixes. Só pescar os que estão nos rios e oceanos não é suficiente e seria uma ameaça à sobrevivência das espécies. Os produtores sabem disso. E apostam na criação em ambientes controlados, como tanques escavados.

No meio de um mercado em expansão, uma espécie se destaca: a tilápia. De carne leve e saborosa e de fácil manejo, ela aparece como forte candidata a superar o modismo. Em sete anos, a produção de tilápia aumentou 105%. Hoje em três regiões brasileiras, Sudeste, Sul e Nordeste, a tilápia é o primeiro no ranking de criação de peixes.

Um projeto de lei que está em fase final de tramitação aqui na Câmara pretende facilitar a produção de tilápias no País. O projeto permite a criação de algumas espécies não nativas, que é o caso da tilápia, em tanques-redes instalados em reservatórios, como em represas de hidrelétricas. A ideia é aproveitar a água e facilitar a criação, já que o produtor rural não teria que fazer tanques específicos. Hoje a legislação brasileira limita a criação de espécies exóticas em rios e lagos.

A liberação da criação de tilápias em tanques redes em águas públicas brasileiras preocupa a comunidade científica brasileira.?Por Skype, o biólogo Mario Orsi, que faz parte do Laboratório de Ecologia de Peixes e Invasões Biológicas da Universidade Estadual de Londrina, fala dos riscos de liberar a criação de tilápias e carpas soltas em rios brasileiros.

 

Reportagem — Mariana Przytyk

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